A Universidade e a Formação para Indústrias Criativas:
Estudo Exploratório sobre como Estudantes de Portugal e do Brasil Pensam Criatividade
Palavras-chave:
Criatividade, ensino superior, indústrias criativas, estudantes, percepçõesResumo
A criatividade é considerada uma competência essencial neste século. Indivíduos nascidos na década de 90 - Geração Z - surgem como um potencial humano criativo e correspondem aos atuais estudantes universitários. O Ensino Superior é um patamar de formação essencial para desenvolver competências criativas face aos desafios futuros, apesar de fragilidades que nele persistem perante tal objetivo. Por seu lado, um dos contextos profissionais para o qual a formação superior contribui e que explicitamente requer criatividade corresponde às Indústrias Criativas. Neste estudo, quer-se perceber como universitários de áreas relacionadas com Indústrias Criativas pensam a sua criatividade, nomeadamente quanto a crenças (verdadeiras e falsas) sobre esse conceito e como avaliam práticas docentes de que são alvo. Participaram 89 estudantes de cursos de artes, de Portugal e do Brasil. Na avaliação das perceções, foram usados a Escala de Personalidade Criativa (Garcês et al., 2015), o Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade no Ensino Superior (Morais et al, 2014) e a Escala de Crenças sobre Criatividade em Contexto Educativo (Morais et al., 2021). Existem diferenças estatisticamente significativas entre os géneros, embora o mesmo não aconteça entre países. Há ainda diferenças estatisticamente significativas na perspetiva dos estudantes mais criativos quanto a práticas docentes. As crenças sobre criatividade surgem como independentes do país, do género e da autoperceção de criatividade. Porém, se a amostra traduz nível elevado de crenças verdadeiras, também demonstra um número considerável de mitos. Neste contexto, é discutido o papel que a universidade deve ter na formação criativa destes futuros profissionais.