IMANÊNCIA E DISSIDÊNCIA: ELINOR E MARIANNE COMO REPRESENTAÇÕES DO FEMININO, EM RAZÃO E SENSIBILIDADE, DE JANE AUSTEN
IMMANENCE AND DISSIDENCE: ELINOR AND MARIANNE AS REPRESENTATIONS OF THE FEMININE IN SENSE AND SENSIBILITY BY JANE AUSTEN
DOI:
https://doi.org/10.29281/rd.v13i25.17669Palavras-chave:
Razão e Sensibilidade, Elinor, Marianne, Imanência, DissidênciaResumo
Na perspectiva da crítica literária feminista e do feminismo político, o objetivo do presente artigo consiste em fazer uma análise comparativa entre as protagonistas Elinor Dashwood e Marianne Dashwood, no romance Razão e Sensibilidade (2014), de Jane Austen, mostrando a imanência de Elinor em contraste com a dissidência de Marianne, na Inglaterra, entre os séculos XVIII e XIX. Tendo em vista que, Elinor representa o “Anjo do Lar”, enquanto Marianne, representa a “rebeldia”. Metodologicamente, o nosso estudo consiste em uma pesquisa exploratória e de cunho bibliográfico, com uma abordagem de interpretação textual, remetendo-se ao método indutivo; em que fazemos uma leitura interpretativa e crítico-reflexiva da narrativa literária. Como fundamentação teórica, dentre outros, apoiamo-nos nas concepções de Azerêdo (2013); Beauvoir (2009); Campbell (2015); Mangueira (2017); Millett (1970); Muraro (2002); Perrot (2017); Woolf (2019); Wollstonecraft (2016); Zardini (2013); Zolin (2009). Em conclusão, constatamos que, Jane Austen constrói Elinor Dashwood como submissa para mostrar a total aceitação do seu contexto legal, civil e político. E, ao mesmo tempo, constrói Marianne Dashwood como subversiva, que é apresentada na narrativa com o intuito de refutar todas as ações opressoras ao seu gênero, inclusive com relação à instituição do casamento.
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