"TÃO NEGRO QUE É AZUL": ANÁLISE SEMIÓTICA DE POOR MISS FINCH (1872), DE WILKIE COLLINS

"SO BLACK IT'S BLUE": SEMIOTIC ANALYSIS OF POOR MISS FINCH (1872), BY WILKIE COLLINS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29281/rd.v13i25.15554

Palavras-chave:

Literatura Vitoriana, Wilkie Collins, Lucilla Finch, Racismo, Semiótica

Resumo

A presente pesquisa tem como objetivo analisar a obra Poor Miss Finch (1872), de Wilkie Collins, a fim de identificar as relações étnico-raciais entre os personagens da obra, em especial da protagonista, Lucilla Finch, sendo estas positivas ou negativas, por meio do Percurso Gerativo de Sentido Semiótico de Greimas, em conformidade com Barros (2005). Na fundamentação teórica, para a contextualização do período histórico-social retratado por Collins (1872) na sua obra, nortear-se-á a pesquisa pelos estudos de Brophy (2019), Durgan (2015), Gladden (2005), Kling (1966) e Nayder (2003), para evidenciar as relações imperialistas entre Índia e Inglaterra e denunciar as práticas racistas e de intolerância religiosa, realizadas no período denominado Revolta do Índigo (1859-1862), em que soldados indianos, os chamados cipaios, eram continuamente desrespeitados e perseguidos, influenciando no inconsciente coletivo dos ingleses, que passaram a considera-los uma raça inferior. Como resultado, obteve-se que Miss Finch, mesmo cega, mantém crenças racistas sobre as chamadas pessoas escuras. Ironicamente, Lucilla se apaixona por Oscar, um pintor que se mudou para a casa ao lado a dela, que, após um assalto, desenvolve convulsões graças a um traumatismo craniano, impedindo-o de casar-se com ela. Como considerações finais, compreende-se que o fato de terminar com Oscar, o irmão gêmeo que é literalmente azul, mostra que ela superou o seu preconceito, assim como os ingleses poderiam superar as suas crenças problemáticas e racistas sobre os indianos.

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Biografia do Autor

Yasmine Sthéfane Louro da Silva, UFPI

Atua como Professora Assistente I na Universidade Estadual do Maranhão desde 2025. Doutoranda em Letras, com concentração em Literatura, com linha de pesquisa em Literatura, cultura e sociedade, pela Universidade Federal do Piauí - UFPI. Mestre em Letras, com linha de pesquisa em Teoria, Crítica e Comparatismo, pela Universidade Federal do Tocantins - UFT. Especialista em Literatura em Língua Inglesa pela Faculdade de Educação São Luís. Pós-graduanda em Ensino de Língua e Literatura pelo Instituto Federal de São Paulo - IFSP. Graduada em Letras Licenciatura em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Literaturas pela Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL. Integra o Grupo de Estudos e Pesquisa em Linguística Aplicada e Literaturas Anglófonas da UEMASUL, O GEPLALA, e o Grupo de Estudos em História e Literatura da PUC-Minas, o GEHISLIT.

Diana Barreto Costa, UEMASUL

Coordenadora geral do programa de Formação de Professores Caminhos do Sertão e Professora dos Cursos de Graduação em Letras (Licenciatura de Ensino) em Português, Inglês e Literatura e Línguas (Licenciamento de Professores) em Inglês e Literatura. Professora Adjunto IV, vinculado ao Centro de Ciências Humanas e Sociais e de Línguas (CCHSL), Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Linguística Aplicada e Literatura Inglesa (GEPLALA) e do Grupo de Estudos em Práticas Educativas e Formação de Professores (GEPEP), da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Campus Imperatriz.

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Publicado

2025-02-28

Como Citar

LOURO DA SILVA, Y. S.; BARRETO COSTA, D. "TÃO NEGRO QUE É AZUL": ANÁLISE SEMIÓTICA DE POOR MISS FINCH (1872), DE WILKIE COLLINS: "SO BLACK IT’S BLUE": SEMIOTIC ANALYSIS OF POOR MISS FINCH (1872), BY WILKIE COLLINS. Revista Decifrar, Manaus, v. 13, n. 25, p. e132503, 2025. DOI: 10.29281/rd.v13i25.15554. Disponível em: //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/15554. Acesso em: 9 mar. 2025.

Edição

Seção

DOSSIÊ ESPECIAL: QUESTÕES DE RAÇA, GÊNERO E CLASSE NAS LITERATURAS ANGLÓFONAS