DITOS POÉTICOS E A REPRESENTAÇÃO DO AMOR NAS RELAÇÕES PARENTAIS
Resumo
O ser humano é estruturado a partir da relação com o outro, geralmente em âmbito familiar. Assim, podemos inferir, portanto, que na relação familiar recebemos a tradição, os costumes e modos de ser e agir no mundo. Nesses modos, com o amor não poderia ser diferente, embora o indivíduo que receba a transmissão, reelabore o que lhe foi comunicado, de modo verbal ou não, desde os primeiros meses de vida. Assim, o presente texto visa discutir, tendo como suporte teórico a Psicanálise - sobretudo a Freudiana - sobre as reedições comportamentais observadas transgeracionalmente. Onde filhos reeditam características herdadas, muitas vezes inconscientemente, dos seus genitores ou do núcleo familiar. Para tal análise, tomamos por base dois gêneros artísticos, aqui atrelados já na sua concepção: o filme e a poesia, condensados no longa metragem “Música para morrer de amor”. Nesta obra o enredo e a poesia fluem em uma mesma direção. Os poemas são ressaltados quando, por exemplo, o personagem não consegue dispor em palavras o que sente. Essa ausência na linguagem verbal dos personagens pode ser um indício de repetição parental que ainda não foi elaborado pelo sujeito. Assim, a discussão gerou entrelaçamento de Arte e Psicanálise, enredo e poema, onde a palavra é o caminho pelo qual o indivíduo dá significado às crises e eventos experienciados. Palavra esta que pode ser acompanhada pela música e este amalgamento indica uma possível junção do que o sujeito, de alguma forma, já consegue dar sentido e o que ainda lhe falta.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Todos os artigos desta revista obedecem a licença Creative Commons - Attribution 4.0 International (CC BY 4.0).