Traços dermatoglíficos de indígenas do Brasil Central e as lutas corporais tradicionais

Autores

  • Leandro Augusto Paiva dos Santos Universidade Federal do Amazonas
  • Adriano Alberti Universidade do Sul de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.69696/somanlu.v21i2.9360

Palavras-chave:

Dermatoglifia, Luta Corporal Indígena, Huka-Huka, Alto Xingu, Epigenética

Resumo

Este estudo revisitou dados de coletas dermatoglificas realizadas na Terra Indígena do Xingu em 1972. O intuito foi averiguar possíveis marcadores epigenéticos em função da prática ritualizada de lutas corporais (Huka-Huka). Para o escopo desta investigação, foram considerados e segregados dos dados originais somente os grupos alto-xinguanos, reconhecidos pela prática e competição da Huka-Huka na longue durée. Esses povos apresentaram maior predominância de Presilha Ulnar (LU) e Verticilo (W). Verificados, tanto para indivíduos do sexo masculino, quanto feminino. Em conclusão, pôde-se configurar esses achados com a premissa da dermatoglifia no esporte de alto rendimento, isto é, quanto às valências físicas associadas às lutas corporais. Contudo, há necessidade de mais investigações para identificar, por exemplo, o padrão dermatoglífico atualizado desses povos em relação às variáveis observadas.

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Publicado

26-10-2021

Como Citar

SANTOS, L. A. P. dos .; ALBERTI, A. . Traços dermatoglíficos de indígenas do Brasil Central e as lutas corporais tradicionais. Somanlu: Revista de Estudos Amazônicos, Manaus, v. 21, n. 2, p. 64–75, 2021. DOI: 10.69696/somanlu.v21i2.9360. Disponível em: //periodicos.ufam.edu.br/index.php/somanlu/article/view/9360. Acesso em: 21 jul. 2025.

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