Torto Arado e a Reconfiguração Colonial
Desdobramentos na construção das relações de gênero e social
DOI:
https://doi.org/10.69696/somanlu.v24i2.16944Palavras-chave:
Torto Arado, Literatura, Filosofia, Africanidade, Colonialidade, GêneroResumo
Este artigo apresenta análise e problematização em torno do tema do impacto colonial na construção identitária e de gênero, a partir da hermenêutica do livro “Torto Arado” de Itamar Vieira Junior (2019). O problema que miramos nossa atenção está em torno dos relatos em ser mulher descritas na obra supracitada. Como hipótese enfatizamos o papel da arte, de modo especial da literatura em explicitar as relações tóxicas e violentas que demarcam as relações entre mulheres, homens e sociedade. Em um trajeto de revisão bibliográfica, utilizaremos Michel Foucault (2019) como base epistêmicas para refletir sobre a relação entre filosofia, literatura e construção de gênero, além de dialogar com teóricas contemporâneas no âmbito da construção de epistemologias do sul, especificamente Lélia González (2022), Margareth Rago (2019) e Schwarcz (2013), ambas trazendo à tona os imbróglios referentes a negritude e ao corpo feminino. Por fim, destacamos que a heteronormatividade, fruto da colonialidade, exerce poder de controle e subjugação, de modo que a experiência estética possibilita, por um lado, o confronto com as realidades e, ao mesmo tempo, proposições relacionadas à constituição de modos de subjetividade.
Downloads
Referências
ADICHIE, C. N. O perigo da história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
FEDERICI, S. Mulheres e caça às bruxas: da Idade Média aos dias atuais. São Paulo: Boitempo, 2019.
FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos – Volume III: Literatura e Pintura, Música e Cinema. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2015.
FOUCAULT, M. Subjetividade e Verdade. São Paulo: Martins Fontes, 2019.
FOUCAULT, M. Linguagem e Literatura. In: MACHADO, Roberto (Org.). Foucault, a Filosofia e a Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
GONZÁLEZ, L. Por um Feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo. São Paulo: Editora Ática, 2011.
MAGALHÃES, A. C. Deus no Espelho das palavras: Teologia e literatura em diálogo. São Paulo: Paulinas, 2009.
MACHADO, R. Foucault, a Filosofia e a Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
MANTOVANI, J. P. Hermenêutica Foucaultiana: indícios metodológicos. In: RIPOLI, F. (Org.). Hermenêutica em diálogo. São Paulo: Alexa Cultural, 2020.
MANTOVANI, J. P.; VINCENTIN, N. M. Costura de prazeres requebros: a insurgência e atuaidade de Filipa de Sousa. São Bernardo do Campo: Revista Mandrágora, v. 27, n.1, 2021, p, 73-94. Disponível em https://revistas.metodista.br/index.php/mandragora/article/view/140/140. Acesso em: 20 de setembro de 2024.
MIGNOLO, Walter. Colonialidade: o lado mais obscuro da modernidade. Revista brasileira de Ciências Sociais. Vol. 32, n. 94. Disponível em < https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/nKwQNPrx5Zr3yrMjh7tCZVk/?format=pdf&lang=pt> acesso em 19 de outubro de 2024.
RAGO, M. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar e a resistência anarquista. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2019.
RIBEIRO, Darcy. Maira. Rio de Janeiro: Editora Global, 2014.
SCHWARCZ, L. Nem branco, nem preto, muito pelo contrário. São Paulo: Claro Enigma, 2013.
SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa. Brasil: Uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
VIEIRA JUNIOR, I. Torto Arado. São Paulo: Editora Todavia, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Adelci Silva dos Santos, Vaniele Barreiros, José Pascoal Mantovani

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Somanlu: Revista de Estudos Amazônicos faz uso de licença Creative Commons de atribuição (CC BY 4.0)