MACROFUNGOS AMAZÔNICOS: DIVULGANDO CONHECIMENTO E ENSINANDO TÉCNICA DE PROPAGAÇÃO IN VITRO
Palabras clave:
BIOPEXT, Fungicultura, LentinularaphanicaResumen
Os fungos têm papel importante na natureza, atuando como decompositores de matéria orgânica, na ciclagem de nutrientes como o fósforo e o nitrogênio, além de manterem relações ecológicas com outras espécies principalmente na região Amazônica. Como exemplo dessas associações, temos os fungos liquenizados, e as associações micorrizicas e endofíticas que contribuem significamente para o desenvolvimento e produção de metabólitos dos vegetais que compõem os ecossistemas. Alguns macrofungos são utilizados na alimentação humana, sendo os mais notáveis o shiitake [Lentinulaedodes (Berk) Pegler.] e o champignon [Agaricusbisporus (J.E.Lange) Imbach.], os quais para serem cultivados, passam primeiro por processos de inoculação in vitro. Estima-se que nas regiões tropicais existam em torno de 35 mil espécies de fungos macroscópicos. Na floresta Amazônica, existem espécies de macrofungos que fazem parte da dieta de povos indígenas, segundo relatos do livro Ana Amopö: Cogumelos Yanomami. Porém, observa-se que poucas pessoas tem conhecimento da forma a qual se dá a propagação em laboratório destes organismos. Por conta disto, objetivou-se em elaborar uma prática em laboratório para ensinar técnicas de propagação, com enfoque em macrofungos amazônicos. Para isso, elaborou-se um minicurso durante o evento BIOPEXT 2019, realizado no Instituto Federal do Amazonas – campus Manaus Centro, no Laboratório de Microbiologia, o qual consistiu nas seguintes etapas (I) Introdução sobre a importância dos fungos; (II) Sequência Microbiológica necessária a propagação (assepsia e preparação do meio) (III) Atuação prática dos alunos na propagação (Inoculação e Acompanhamento), com supervisão dos ministrantes. Utilizou-se como base para propagação uma placa inoculada com Lentinula raphanica (Murril) Mata & R.H Petersen. Foi possível demonstrar aos alunos que não é complicado propagar estes seres. Além disto, durante o minicurso, levantou-se o questionamento: o que fazer com esta placa inoculada de L. raphanica? Explicamos aos discentes que existem diversas possibilidades, desde o cultivo comercial em serragem ou em toras (assim como o shiitake), até a obtenção de compostos químicos, os quais em estudos realizados com esta espécie demonstraram atividade antimicrobiana. Esta prática ajudou a divulgar o potencial dos macrofungos amazônicos, além de servir como experiência para alunos os quais não tinham conhecimento das técnicas necessárias para a propagação.
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