CAPRICHOSO, O BOI DE NEGRO: DOS TERREIROS DE AXÉ, NOSSO BRADO DE FÉ!
Resumo
Pensando no que muitos acreditam (não) poder ser dito sobre a Amazônia dentro do universo dos bois de Parintins, o texto objetiva debater, com base nas discussões sobre representações religiosas e/ou das fés do espetáculo do Caprichoso 2019 – “Um canto de esperança para a mátria brasilis”, os sentidos atribuídos ao campo africano e afro-indígena. Para tanto, a metodologia empreendida foi a de revisão bibliográfica crítica diante dos comentários esboçados por torcedores e “críticos” da apresentação, apreendidas nas redes sociais, blogs e outros meios de comunicação, além de análise das apresentações do Boi-Bumbá Caprichoso e de documentos do bumbá, em um recuo histórico. Os dados possibilitam mostrar o quanto estas discussões estão presas a estereótipos e preconceitos sobre o que seria essa ampla e complexa Amazônia, em relação com tudo aquilo que a compõe. Pode-se concluir pela necessidade do debate sobre o assunto, urgente e necessário, vendo-se na história do boi-bumbá Caprichoso que o tema não é novo para o bumbá, estando-se, na verdade, diante de um cenário marcado pelo avanço de ideias conservadoras e que confundem a Amazônia com algo estanque e idealizado.
Palavras-chave: Festival Folclórico de Parintins; Arte; Boi Caprichoso; Religiões; Africanidades; Afro-indigenismo.