O SOFRIMENTO HUMANO E A FÉ CRISTÃ NO PENSAMENTO KIERKEGAARDIANO: UM DIÁLOGO ENTRE PSICOLOGIA E FILOSOFIA
Resumo
A partir da pergunta por que o ser humano sofre ou peca, e utilizando-se de uma linguagem kierkegaardiana contidas nas obras A Doença para a Morte e O Conceito de Angústia, são possíveis explicações para entender o sofrimento humano, sobretudo a partir da má-relação que esse estabelece no seu modo de existir, o qual provoca sempre uma inconformidade existencial. Trabalhando com os conceitos de angústia, desespero e seus correlatos, como liberdade, tornar-se si mesmo, salto qualitativo, decisão, indivíduo, etc., este artigo se propõe, por meio das leituras que têm como fundamento o método dialético-existencial proposto pela antropologia filosófica de Kierkegaard, apresentar possíveis implicações que ajudem a compreender o sofrimento humano enquanto uma realidade paradoxal. Ao mesmo tempo, pretende demonstrar que as obras do autor dinamarquês é uma proposição para edificar e despertar o sujeito para a constituição do seu self, isto é, de si mesmo, requerendo esforço, decisão e bom uso da liberdade mediante as possibilidades que lhe são apresentadas. A decisão diante da liberdade e o uso correto dessa mesma liberdade são condições para uma boa relação e afirmação da existência, quando esta, na seriedade, reduplica-se, chegando à síntese por meio da correta relação com os termos da polaridade (finito e infinito, necessidade e possibilidade, eterno e temporal) que constituem sua vida concreta.
Palavras-chave: angústia; desespero; decisão, má-relação; síntese.
Abstract
Based on the question why do human beings suffer or sin, and using a Kierkegaardian language contained in the works The Sickness to Death and The Concept of Anguish, explanations are possible to understand human suffering, especially from evil. relationship that this establishes in its way of existing, which always causes an existential nonconformity. Working with the concepts of anguish, despair and their correlates, such as freedom, becoming oneself, qualitative leap, decision, individual, etc., this article proposes, through readings that are based on the proposed dialectical-existential method through Kierkegaard's philosophical anthropology, present possible implications that help to understand human suffering as a paradoxical reality. At the same time, it intends to demonstrate that the danish author's works are a proposition to edify and awaken the subject to the constitution of his self, that is, of himself, requiring effort, decision and good use of freedom through the possibilities that are available to him. presented. The decision regarding freedom and the correct use of this same freedom are conditions for a good relationship and affirmation of existence, when this, in seriousness, redoubles itself, reaching synthesis through the correct relationship with the terms of polarity (finite and infinite , necessity and possibility, eternal and temporal) that constitute his concrete life.
Keywords: anguish; despair; decision, bad relationship; synthesis.