O Velho Novo Mundo: a Amazônia dos viajantes naturalistas

Resumo

O presente artigo tem por objetivo discutir a construção de uma narrativa estrangeira que inventou a Amazônia brasileira durante o século XIX. A cristalização de discursos baseados em ideais científicos vigentes na época criara um espaço político, social e econômico partindo do olhar ocidental, influenciando no imaginário reproduzido sobre a Amazônia no Velho Mundo, bem como de seus sujeitos e costumes. Para entender qual era essa representação analisamos as obras de cientistas naturalistas que estiveram na Amazônia durante esse período, como Henry W. Battes, Alfred Wallace e Louis Agassiz. E no intuito de revisitar essas interpretações autores contemporâneos nos fornecem embasamento teórico para retomar reflexões sobre aspectos importantes que encontramos nas obras, dentre eles Mary Louise Pratt (1999), José Carlos Reis (2002), Lilian Schwarcz (1993), Hideraldo Costa (2013) e Neide Gondim (2019). Ao longo deste estudo nota-se que vivemos um período de rescrita da história com auxílio da nova história cultural, possibilitando novas leituras sobre infinitos temas.