“TECELÃS DE MEMÓRIA”: AS MULHERES INDÍGENAS DO ACRE ROMPENDO AS REPRESENTAÇÕES
Resumo
O trabalho aborda sobre as mulheres indígenas do Acre em seus processos políticos de rompimento das representações criadas sobre elas, entendendo esses processos como formas de resistência às heranças coloniais que lhes foram impostas ao longo dos anos, por meio da criação dos termos de gênero e raça. Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar as atuações das mulheres indígenas do Acre em suas comunidades, e fora delas, visibilizando seus protagonismos e enfrentamentos perante a sociedade e o Estado. Usando como metodologia pesquisas qualitativas e de análises dos documentos encontrados na hemeroteca da Biblioteca Digital (BNDigital) e acervo online do site do Museu do Índio, que possibilitou o acesso a memórias registradas de algumas mulheres. Para o embasamento teórico utilizou-se trabalhos de historiadoras e antropólogas, como Almeida (2010), Almeida; Cruz (2017), Lugones (2010), dentre outros autores, estabelecendo o diálogo entre seus trabalhos e as fontes. Mediante os resultados encontrados foi possível entrever os equívocos presentes nas representações dessas mulheres, ao eclausurá-las em descrições de presas e subserviência.