Edital para chamada de artigos para a Manduarisawa – Dossiê: "História e patrimônio documental"
A Revista Eletrônica Discente Manduarisawa do Curso de História da UFAM, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História (PPGH/UFAM) é um periódico que pretende manter um regime de periodicidade regular semestral e um sistema de dossiê temático organizado pelos Conselhos Editorial e Conselho Consultivo. Seu público alvo é a comunidade acadêmica de história e áreas afins, com atuação de graduandos, graduados e pós-graduandos vinculados a instituições de ensino superior e centros de pesquisa do país.
Nesse sentido, Revista Manduarisawa convida os pesquisadores (as) de todo o país a enviarem artigos inéditos ao dossiê “História e patrimônio documental”, organizado pelos Professores Leandro Coelho de Aguiar[1] e Renata Regina Gouvea Barbatho[2]. O dossiê tem por objetivo de promover o debate e a reflexão em relação das práticas históricas e do conceito de patrimônio documental, não apenas como fontes de pesquisa, mas também enquanto objeto de pesquisa, observando as relações de poder e construções socioculturais. Busca-se assim, desmistificar a concepção de uma “construção natural” das instituições, dos acervos e de suas práticas de coleção, preservação e difusão.
A escolha do termo “Patrimônio documental” se dá pela compreensão do conceito. Para Rodrigues (2016) patrimônio documental é o conjunto de manifestações intelectuais, científicas ou artísticas, oriundas da atividade intelectual, materializadas através dos mais diversos suportes de registro do conhecimento humano, independente da área de conhecimento.
Em relação à importância de se refletir acerca do patrimônio documental, o Programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2014, n.p.), diz que “grande parte da memória do mundo se encontra nas bibliotecas, nos arquivos, nos museus e nos locais de custódia”, no qual, uma parcela significativa encontra-se em risco diante de contínuas dispersões devido a ‘“estragos da guerra”, deslocamento acidental ou deliberado de acervos arquivísticos e coleções ou a outras circunstâncias históricas’. Assim sendo, e diante dos contextos que dificultam a preservação dos registros de memória, faz-se necessário, também, pensar na criação, na guarda, na preservação e na difusão desses acervos, relacionando-os com as apropriações e as relações de poder inerentes ao processo construtivo dos documentos/monumentos e da patrimonialização.
O Dossiê pretende justamente abrir espaço para a discussão das relações entre a História e as demais áreas de conhecimento que tem o patrimônio documental como objeto, como por exemplo, mas não somente, com a Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia. Entrando na temática da história das instituições, acervos e práticas, sua relação com a pesquisa histórica e as práticas de organização, preservação e difusão, bem como suas diversas dimensões de relações de poder e sócio-culturais.
Desde a história positivista se reconhecia a importância dos documentos à produção histórica, todavia, torna-se importante cada vez mais a relativização, tanto da ideia de uma verdade contida no documento quanto de uma naturalidade na sua organização e preservação. Le Goff, em “Documento/Monumento” (2003), expõe a necessidade de perceber o documento como uma construção histórica, como um monumento criado por alguém (ou por um grupo) com uma finalidade. Salomon (2011. p. 5), em “Saber dos arquivos”, ressalta que a importância e a necessidade de se saber dos arquivos, para melhor torná-los acessíveis, mas também “algum saber próprio aos arquivos que arquivam alguma coisa, portam traços de um saber”.
Assim sendo, algumas questões se tornam pertinentes: o que são estes acervos? Como foram constituídos? Como e onde estão guardados? Quais são seus usos, valores e apropriações socialmente constituídas?
Justifica-se tal dossiê, tendo em vista que há pouco tempo os acervos documentais ainda eram tratados unicamente como fontes para pesquisas em diversos campos da historiografia, mas que, cada vez mais, o historiador está observando tais acervos como objeto de pesquisa, possibilitando propor novos questionamentos e até mesmo novas apropriações. Busca-se assim um duplo entendimento, pensar os usos dos acervos na História e a História dos acervos.
Neste bojo, convidamos pesquisadores (as) de todo o país, com produção voltada à temática aqui proposta, que apresentem suas contribuições. Vale lembrar que além do dossiê, a revista receberá contribuições para outras seções, como: Artigos Livres, Resenhas e Pesquisa de Experiência em Docência.
As colaborações devem configurar-se como artigos inéditos, por meio de textos enviados espontaneamente e nas condições e prazos estabelecidos por esta Chamada. O material recebido será avaliado pelo conselho editorial e por pareceristas ad hoc, aos quais caberá a decisão de aprovação das contribuições recebidas. Caso aprovados, a publicação dos artigos será realizada em julho de 2020.
A Manduarisawa – Revista Eletrônica Discente do curso de História da UFAM não se responsabiliza pela redação, nem pelos conceitos emitidos pelos colaboradores/autores dos artigos.
[1] Professor concursado Universidade Federal do Amazonas / Faculdade de Informação e Comunicação. Doutorando em História pela Universidade Federal do Amazonas, mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, bacharel em Arquivologia pela Universidade Federal Fluminense e licenciado em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
[2] Servidora da Fundação Casa de Rui Barbosa, lotada no Serviço de Arquivo Histórico Institucional. Doutora em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, bacharel em Arquivologia pela Universidade Federal Fluminense e licenciada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Acesse o Edital Completo: Edital de chamada para o Dossiê "História e patrimônio documental"
Cordialmente,
Conselho Editorial - Revista Manduarisawa