Mas não se vive nas ruas, se sobrevive:
uma compreensão fenomenológico-existencial acerca de mulheres em situação de rua
Palavras-chave:
Mulheres, Situação de Rua, Fenomenologia- Existencial.Resumo
O (sobre)viver na condição de rua permeia-se por inúmeras exposições que implicam em fatores para além das especificidades individuais, devido ao entrelaçamento social, histórico, cultural e político. As mulheres cis, trans e travestis que vivem na rua configuram-se como um grupo com menor número quando equiparado aos homens, no entanto, são as mais acometidas por opressões, a partir de um conjunto de cerceamento, subjugação e invisibilização. O presente estudo objetiva tecer compreensões sobre as vivências de mulheres em situação de rua. A metodologia utilizada direcionou-se para a abordagem qualitativa, do tipo de pesquisa bibliográfica, descritiva e exploratória, cuja análise teórica fundou-se na perspectiva fenomenológico-existencial. Como critério de inclusão, nos aproximamos de estudos que versam sobre as vivências de mulheres em situação de rua, priorizando as produções científicas a partir do ano de 2015 ao ano de 2023. Os principais resultados apontam que, a condição de gênero revela-se nas relações de poder implicadas em uma matriz hierárquica patriarcal aos quais impactam diretamente nos modos de viver das mulheres; as mulheres são submetidas a violência na vida pregressa ao contexto das ruas, sendo estas mais explícitas na condição de rua, destacaram-se as violências físicas, sexuais e psicológicas. Conclui-se que há necessidade de implementação de políticas públicas direcionadas às mulheres em situação de rua e produção de cuidado nos serviços de saúde; apontando para o desafio da atuação do profissional da psicologia nas redes socioassistenciais.