O MÉTODO INTROSPECCIONISTA E A INVESTIGAÇÃO DA CONSCIÊNCIA FENOMENAL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
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Autorrelato##common.commaListSeparator## Consciência##common.commaListSeparator## Estados mentais##common.commaListSeparator## Filosofia da Mente##common.commaListSeparator## Introspecção要旨
A consciência fenomenal é amplamente caracterizada na literatura filosófica e científica como a parcela fenomenológica da consciência, isto é, como a dimensão da experiência consciente relacionada à qualidade intrinsecamente subjetiva que acompanha o processamento de informações no sistema nervoso. A pesquisa empírica desta faceta da consciência através da introspecção se apresenta como um desafio científico devido à natureza privativa dos conteúdos dos estados mentais. Neste sentido, o presente trabalho parte de uma abordagem ensaística para discutir a problemática do uso da introspecção como metodologia de produção dos chamados dados de primeira pessoa (dados acerca de estados internos) na pesquisa da consciência fenomenal. Após apresentar um panorama histórico e conceitual do método introspeccionista, é delineado um contraste entre críticas à introspecção e perspectivas teóricas da filosofia da mente acerca da natureza ontológica da consciência fenomenal, visando com isso, o esboço de uma plataforma empírica e teórica suficientemente capaz de assegurar à introspecção uma especificidade ontológica, quando compreendida como uma metodologia propiciadora do autorrelato mediante a criação de condições de publicização de conteúdos intrinsecamente subjetivos da experiência consciente. Defende-se que de uma perspectiva pragmática a exploração de conteúdos qualitativos da consciência é possível através de sua transposição em semânticas de primeira pessoa, através do uso de uma linguagem pública, compartilhada por uma comunidade linguística.
Palavras-chave: Autorrelato; Consciência; Estados mentais; Filosofia da mente; Introspecção.
THE INTROSPECTIVE METHOD AND THE INVESTIGATION OF PHENOMENAL CONSCIOUSNESS: SOME CONSIDERATIONS
Abstract: Phenomenal consciousness is widely characterized in the philosophical and scientific literature as the phenomenological portion of consciousness, that is, as the dimension of conscious experience related to the intrinsically subjective quality that accompanies the information processing in the nervous system. The empirical research of this facet of consciousness through introspection presents itself as a scientific challenge because of the private nature of the contents of mental states. In this sense, the present work starts from an essayist approach to discuss the problem of the use of introspection as a methodology for producing the so-called first-person data (data about internal states) in fenomenal consciousness research. After presenting a historical and conceptual background of the introspectionist method, a contrast is drawn between the criticisms of introspection and theoretical perspectives of the philosophy of mind on the ontological nature of the phenomenal consciousness, thereby aiming at the outline of an empirical and theoretical platform sufficiently capable of ensuring to the introspection an ontological specificity, when understood as a propitiating methodology of self-report through the creation of systematic conditions of self-inspection and consequent publicity of intrinsically subjective contents of conscious experience. It is argued that from a pragmatic perspective, the exploration of qualitative contents of consciousness is possible through its transposition into a first-person semantics, through the use of a public language shared by a linguistic community.
Keywords: Consciousness; Introspection; Philosophy of mind; Mental States; Self-Report.