O ESTAR NAS RUAS
UMA ANÁLISE SOBRE A SUBJETIVIDADE DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA
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representações sociais##common.commaListSeparator## pessoas em situação de rua##common.commaListSeparator## subjetivação要旨
O índice de pessoas em situação de rua está cada vez mais elevado e suas ocorrências possuem motivos diversificados, conduzindo a preocupações sociais e políticas quanto a dignidade e proteção a essas pessoas. Porém, atualmente, temos visto atitudes políticas favoráveis ao desenvolvimento de políticas públicas capazes de mitigar os danos decorrentes das situações de rua. Muitos movimentos estão emergindo favoráveis a moradia e vida com dignidade, pautando o direito de estar nas ruas, porém fervorosos pela implementação de políticas públicas com efetivação dos direitos fundamentais constitucionais. Assim, a presente pesquisa é um recorte de um Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, que buscou discutir os aspectos relacionados a essa conjuntura. Tem por objetivo investigar as concepções constituídas por pessoas em situação de rua sobre suas experiências decorrentes das vivências nas ruas. Quanto ao método trata-se de uma pesquisa tipo de campo, com abordagem qualitativa. Os participantes incluídos foram 05 pessoas em situação de rua, usuários dos serviços de uma Organização da Sociedade Civil. Os instrumentos utilizados foram a entrevista semiestruturada e a observação participante. Para o tratamento e análise dos dados, optou-se pela análise de conteúdo. A pesquisa seguiu todas as normas e recomendações éticas. Como resultado ressalta-se que, o deslocamento às ruas é um fenômeno multifatorial, sendo que as políticas no Brasil e no mundo evidenciam que os maiores motivos para a procura das ruas estejam relacionadas a pobreza, imigração, migração, desemprego e rompimentos dos vínculos familiares. Foi possível identificar que, comumente, esse coletivo é tratado de forma marginalizada e nomeado a figuras negativas, com isso, eles passam a ter percepções de baixa autoestima, sentimentos de medo, insegurança, solidão, tristeza e até mesmo, de fracasso. Por conseguinte, sem ter a quem recorrer para lidar com os aspectos emocionais, as drogas lícitas e ilícitas tornam-se alternativas imediatas. Conclui-se que o sentimento de exclusão repercute em sofrimento emocional, conduzindo a comorbidades, dependência química, violência e outros. Porém, a rua também pode representar lugar de encontros pois, para não se sentirem excluídos, formam redes de apoio e afeto como forma de proteção e amizade.