A Redução de Danos entre a Produção de Saberes e as Disputas Políticas de Cuidado
Palabras clave:
Redução de danos; Políticas públicas; Saúde mental; Clínica ampliada; Direitos humanosResumen
O presente artigo propõe uma análise crítica da trajetória da Redução de Danos (RD) no Brasil, desde sua gênese enquanto estratégia epidemiológica voltada ao controle de doenças transmissíveis até sua consolidação como diretriz ético-política no campo da saúde mental. Ao tensionar os modelos biomédicos, punitivos e abstencionistas, a RD se constitui como campo de disputa entre controle institucional e práticas inventivas de cuidado. O texto discute as três “ondas” da RD no país, articulando a emergência da clínica ampliada, a centralidade dos saberes dos usuários e os desafios da institucionalização no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). O percurso histórico revela um deslocamento da lógica da abstinência para práticas centradas na autonomia, nos direitos humanos e na invenção de modos de vida singulares.