Transição para a vida adulta de jovens universitários indígenas
percepções sobre o processo de adaptação acadêmica em uma universidade pública no extremo norte do país
Palabras clave:
Adaptação acadêmica, estudantes indígenas, adulto emergenteResumen
O objetivo deste estudo foi analisar a percepção dos jovens indígenas universitários, em uma universidade pública no extremo norte do país, sobre a transição para a vida adulta, relacionada à adaptação acadêmica, à condição de ser indígena e de ser estudante universitário. Participaram da pesquisa 18 estudantes universitários indígenas. Foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado. A análise dos dados foi qualitativa, a partir da análise de conteúdo proposta por Bardin (2016). Dentre os principais resultados do estudo quanto ao processo de adaptação acadêmica, foi considerado como um processo difícil, especialmente em relação aos conteúdos, vocabulário acadêmico e compreensão dos textos, com influência, também, do ensino médio considerado frágil, e mesmo diante dos desafios, a maioria pretende continuar os estudos após a graduação. No entanto, a maioria dos estudantes tem uma percepção positiva sobre seu processo de adaptação, com sentimentos de orgulho e de conquista. Em relação à identidade indígena revelaram diferenças entre a cidade e a comunidade, como, por exemplo, os horários e as responsabilidades. A maioria dos estudantes revelou situações de preconceito que vivenciaram ou que ocorreram com outros estudantes indígenas. Sobre ser mãe, mulher e estudante, revelaram o orgulho de conciliar esses papéis, apesar dos desafios e tradições relacionadas à maternidade e ao casamento. As estratégias utilizadas, como estar na comunidade conectados com a natureza e com os familiares, contribuiu de forma positiva, repercutindo em sentimentos de paz, calma e bem-estar. Concluindo, são diversos os desafios enfrentados, na universidade e na cidade, por esses jovens em sua trajetória acadêmica.