UM OLHAR SOBRE O FEMININO: O QUE ENSINA A CUNHÃ-PORANGA DO BOI-BUMBÁ CAPRICHOSO?
Palavras-chave:
Feminismo, Festivalde Parintins, Cunhã-Poranga, Ensino na AmazôniaResumo
Este texto é resultado de uma reflexão acerca da construção do feminino pelo Boi-Bumbá Caprichoso, no Festival Folclórico de Parintins 2018, por intermédio do item cunhã-poranga, “a mulher mais bela da tribo”. O estudo teve o objetivo de compreender tal construção como instrumento educativo para os espectadores, dado ser o Festival Folclórico a maior expressão da cultura popular do norte, abrangendo boa parte da população em suas fases de elaboração e realização. Destarte, por meio de pesquisa etnográfica, focou-se um item feminino de expressiva representatividade, a cunhã-poranga. O resultado evidencia a mescla do parintinense indígena e construtor da festa, tornando a visão do índio romantizada e espetacularizada simultaneamente, redundando na mulher empoderada, com espaço para novos ideais de beleza e com potencial de descontruir imagens tradicionais do feminino. Com isto, conclui-se que o Festival de Parintins tem o potencial de, por meio da arte, ensinar ao público ideais como o respeito à alteridade, ao feminino e, com destaque, valorizar os saberes nativos de nossos indígenas: os donos da terra.
Palavras-chave: Feminino; Festival de Parintins; Cunhã-poranga; Ensino na Amazônia.
ABSTRACT. This text is the result of a reflection on the construction of the feminine by Boi-Bumbá Caprichoso, in the Folklore Festival of Parintins 2018, through the item “cunhã-poranga”, "the most beautiful woman of the tribe". The study aimed to understand this construction as an educational tool for the spectators, since the Folk Festival is the most popular expression of popular culture in the north, covering a large part of the population in its elaboration and realization phases. Thus, through ethnographic research, a feminine item of expressive representativeness was focused, the “cunhã-poranga”. The result evidences the mixture of the native parintina and party builder, making the vision of the Indian romanticized and spectacular simultaneously, resulting in the empowered woman, with space for new ideals of beauty and with the potential to deplete traditional images of the feminine. With this, it is concluded that the Festival of Parintins has the potential, through art, to teach the public ideals such as respect for otherness, the feminine and, with emphasis, to value the native knowledge of our natives: the owners of the land.
Keywords: Female; Parintins Festival; “Cunhã-poranga”; Teaching in Amazon.