O Escafandro e a borboleta:
uma análise à luz da Fenomenologia-Existencial
Palavras-chave:
O Escafandro e a Borboleta, Síndrome do encarceramento, fenomenologia-existencialResumo
Apoiado no filme O Escafandro e a Borboleta (2007) e no romance de Jean-Dominique Bauby, Le Scaphandre et le Papillon (1997), a narrativa autobiográfica descreve a luta do autor com uma condição rara chamada Síndrome do Encarceramento ou Locked-in Syndrome. O presente artigo teve por objetivo analisar as vivências de Jean-Do após a comunicação do diagnóstico da síndrome sob o viés da fenomenologia-existencial. A pesquisa bibliográfica de enfoque qualitativo destacou recortes do filme e trechos do livro para apresentar os sentidos atribuídos pelo protagonista e autor, Jean-Do, no que se refere às suas vivências em um corpo paradoxalmente apreendido, ora um escafandro, ora uma borboleta. A partir da seleção das cenas e leitura do romance foram levantadas duas categorias de análise: a) O corpo enclausurado: o escafandro; b) O devir de uma borboleta. Conclui-se que a vida de Jean-Do não foi apenas atravessada pelo sofrimento após a facticidade do AVC e a comunicação do diagnóstico da Síndrome do Encarceramento, seu corpo também era livre como uma borboleta, e essa liberdade, mesmo limitada a esse corpo encerrado em si, o movimentou a escrever autobiografia com “o único respiradouro de seu cárcere”, que o impedia de mergulhar em total escuridão, sua pálpebra esquerda.