O ENSINO DO GÊNERO BIOGRAFIA PARA SURDOS ATRAVÉS DO LIVRO DIDÁTICO EM UMA ESCOLA INCLUSIVA: É POSSÍVEL?
Palavras-chave:
Biografia; Livro didático; Pibid; SurdezResumo
Este artigo deriva das reflexões no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) numa sala de recursos multifuncionais (SRM) para Atendimento Educacional Especializado (AEE) aos indivíduos surdos de uma escola regular inclusiva da rede estadual de ensino de Vitória da Conquista – BA. Tendo em vista que a compreensão da história da educação de surdos no Brasil e as discussões fomentadas em torno desse tema são relativamente recentes, pretende-se neste trabalho: 1) analisar o material disposto no livro didático (LD) de Abaurre, Abaurre e Pontara (2008), adotado pela escola que constitui nosso campo de pesquisa para o trabalho com o gênero discursivo “biografia” dirigido aos alunos surdos e ouvintes na sala regular de ensino; 2) avaliar a eficácia deste objeto de estudo no que diz respeito à aprendizagem pelo surdo do gênero em questão. Para tanto, afora as observações em sala de aula e a realização de entrevistas com os sujeitos atuantes na escola, destaca-se a fundamentação da pesquisa em Chauí (1984), Gesueli (2004), Goldfeld (2002), Karnopp & Pereira (2004) e Nunes et al (2015). Do cotejamento entre as metodologias de ensino adotadas na sala regular e na sala multifuncional, bem como da análise crítica do capítulo do LD para a didatização do gênero discursivo biografia, constatamos que o material analisado representa um suporte produtivo para o trabalho com o gênero com alunos ouvintes, contudo tratando-se de surdos, não há como realizar um trabalho efetivo em favor de uma política educacional e linguística adequada, sem se propositar adaptações necessárias que levem em consideração o ensino da Língua Portuguesa como L2.
Downloads
Referências
Angelucci, C. B.; LUZ, R. D. Contribuições da escola para a (de)formação dos sujeitos surdos. In: Psicologia Escolar e Educacional,14(1), 35-44, 2010.
BRASIL. Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
BRASIL. Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015.
CAMPELLO, A. R., PERLÍN, G., STROBEL, K., STUMPF, M., REZENDE, P., MARQUES, S. R., MIRANDA, W. Carta aberta ao ministro da educação elaborada pelos sete primeiros doutores surdos brasileiros, que atuam nas áreas de educação e linguística. 8 jun. 2012. Disponível: <http://www2.unirio.br/unirio/cchs/educacao/grupos-de-pesquisa/CARTAABERTADOSDOUTORESSURDOSAOMINISTROMERCADANTE.pdf> Acesso em: 8 jun. 2012.
CHAUÍ, M. S. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1984.
KARNOPP, L. B.; PEREIRA, M. C. C. (Orgs.). Concepções de leitura e de escrita e educação de surdos. In: LODI, Ana Claudia Balieiro.
HARRISON, K. M. P.; CAMPOS, S. R. L. (Orgs.). Leitura e escrita no contexto da diversidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 2004.
GESUELI, Z M. A escrita como fenômeno visual nas práticas discursivas de alunos surdos. In: LODI, A. C. B.; HARRISON, K. M. P.; CAMPOS, S. R. L. (Orgs.). Leitura e escrita no contexto da diversidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 2004.
GOLDFELD, M. A Criança Surda. Linguagem e Cognição Numa Perspectiva Sócio-Interacionista. São Paulo: Plexus Editora, 2002.
NUNES, S. S.; SAIA, A. L.; SILVA, L.J.; MIMESSI, S. D. Surdez e educação: escolas inclusivas e/ou bilíngues?; In: Revista Psicologia Escolar e Educacional, v. 19, p. 537-545, 2015.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais pertencem à Revista Hon no Mishi - Estudos Multidisciplinares Japoneses e aos autores de cada artigo. Todo trabalho ou parte dele, quando citado ou utilizado, deve ser referenciado.