A CASA DO POSTO DE LARISSA CAMPOS: UMA ROAD FICTION AUTOFICCIONAL E DECOLONIAL
A CASA DO POSTO BY LARISSA CAMPOS: AN AUTOFICCIONAL AND DECOLONIAL ROAD FICTION
DOI:
https://doi.org/10.29281/rd.v11i22.13603Palavras-chave:
colonialidade de gênero, autoficção, interseccionalidade, road fiction, Larissa CamposResumo
Situado no cruzamento entre romance e conto, A casa do posto (2022) de Larissa Campos se assemelha a um road novel, principalmente do tipo mais recente escrito por mulheres e marcado pelo protagonismo feminino. O objetivo deste trabalho é demonstrar que esse livro empreende importantes interrogações à colonialidade de gênero que perpassa tanto o subgênero tradicional da road fiction quanto o contexto mato-grossense em que a história se passa, conferindo mais autonomia às mulheres. Dessa forma, a obra é analisada sob o viés dos estudos de gênero e da decolonialidade, alargando tais referenciais com o conceito de interseccionalidade (LUGONES, 2014). Além disso, ressaltam-se as suas especificações no que se refere à representação do espaço e à intersecção entre autorreferencialidade e ficção, caracterizando-o como uma categoria de autoficção. A hipótese apresentada é a de que tais fatores permitem classificá-lo como uma subdivisão dentro do subgênero da road fiction, com alterações consequentes para o aspecto da mobilidade entre as personagens.
Downloads
Referências
AZEVEDO, Luciene. Blogs: a escrita de si na rede dos textos. In: Matraga, ano 14, n. 21, 2007, p. 44-55.
BACHELARD, G. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. São Paulo: UNESP, 1998.
CAMPOS, Larissa. A casa do posto. Guaratinguetá: Penalux, 2022.
COLONNA, Vincent. Tipologia da autoficção. In: NORONHA, Jovita M. G. (Org.). Ensaios sobre a autoficção. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
COLLINS, Patricia Hill. Intersectionality as critical social theory. Durham, NC: Duke University Press, 2019.
CRENSHAW, Kimberlé. Demarginalizing the intersection of race and sex: a black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory, and antiracist politics. Chicago: University of Chicago; Legal Forum, 1989, p. 538–554.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Trad. Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.
GASPARINI, Philippe. Autoficção é o nome de quê? In: NORONHA, Jovita M. G. (Org.). Ensaios sobre a autoficção. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
GROSFOGUEL, Ramón. Decolonizing post-colonial studies and paradigms of political-economy: transmodernity, decolonial thinking, and global coloniality. In Transmodernity: Journal of peripheral cultural production of the luso-hispanic world, 1(1), 2011, p. 1-37.
INFORMAÇÕES GERAIS. Vagas por gênero: período de julho a dezembro de 2022. SENAPPEN. Disponível em: <https://www.gov.br/senappen/pt-br/servicos/sisdepen>. Acesso em: 20 mai. 2023.
LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à internet. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. In: Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3), 320, 2014, p. 935-952.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais –perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, setembro 2005, p. 107-130.
SCOTT, Joan. Gender: a useful category of historical analyses. In: Gender and the politics of history. New York, Columbia University Press. 1989.
SILVA, Mirian Cardoso; COQUEIRO, Wilma dos Santos. Bildungsroman e road novel: apropriações do romance feminino contemporâneo. In: Uniletras, v. 44, e-17807, 2022, p. 1-18.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Divanize Carbonieri
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todos os artigos desta revista obedecem a licença Creative Commons - Attribution 4.0 International (CC BY 4.0).