A POESIA INSUBMISSA DE CECÍLIA MEIRELES EM "MAR ABSOLUTO E OUTROS POEMAS"
Resumo
Neste estudo interessa-nos a crítica poética de Cecília Meireles à guerra em Mar absoluto e outros poemas, de 1945. Defendemos a ideia de que a poeta reveste sua poesia de um ânimo político, fazendo de sua voz poética um canto insubmisso e, por isso mesmo, a teoria que contribui com a presente discussão é a de Roberto Pontes, formalizada no livro Poesia insubmissa afrobrasilusa (1999). Lançamos mão das próprias reflexões da autora num de seus discursos, em que, a nosso ver, constrói uma poética, e nos seus próprios poemas em que isso aparece exercido. Ao articularmos as ideias de Cecília Meireles sobre poesia à teoria de Roberto Pontes, bem como à de outros ensaístas sintonizados com a literatura social, como Alfredo Bosi (1977; 1992) e Pedro Lyra (1993), não temos a intenção de aprisionar teoricamente a poesia da autora, e sim ter a voz de ambos nos acompanhando em nossa análise. Para uma melhor compreensão da poesia política de Cecília Meireles, complementamos nossa abordagem com alguma fortuna crítica, recorrendo principalmente aos estudos de Andresen (1999), Bosi (2007), Silva (2009), Moura (2016) e Pietrani (2019). Verificar-se-á que a perspectiva civil, feminina e pacifista assumida em sua insubmissão poética foi o meio que a poeta usou para se engajar na crise social em curso, e que seus poemas, podem ter alcançado, através da força ideológica de expressão, a instância mais alta da poesia, conscientizando moralmente na vida política e social o público leitor.
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