TORNAR-SE NEGRO COM A COR DA TERNURA, DE GENI GUIMARÃES: REFLEXÕES PARA UM LETRAMENTO LITERÁRIO ANTIRRACISTA
refletindo um letramento literário antirracista
DOI:
https://doi.org/10.29281/rd.v9i17.9135Resumo
Partindo da narrativa autobiográfica da escritora Geni Guimarães em sua obra A cor da ternura (2018), nosso trabalho busca apresentar como o referido texto pode contribuir para a construção de pedagogias antirracistas em dois vieses: primeiramente, promovendo reflexões sobre as relações interétnicas na escola, e, em seguida, como material literário para práticas de letramento literário. Ao protagonizar personagens negras, a escrita literária de Geni Guimarães desvela a intimidade dos impactos psicossociais do racismo em suas trajetórias por meio de uma trama que vai da dolorosa assimilação das conflitualidades raciais por parte das crianças negras à sua autoafirmação identitária. Nesse sentido, nosso estudo pretende explorar a potencialidade literária da autora para a educação das relações étnico-raciais, considerando essa proposta pedagógica em sua filiação a um amplo programa de políticas antirracistas, as quais têm na lei 11.645/08, que trata da obrigatoriedade do estudo de história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino públicos e privados, um marco legal histórico. Participam da fundamentação de nossas reflexões, no toca à relação entre a escola, a literatura e as práticas de enfrentamento ao racismo, a conceituação de letramento literário de Rildo Cosson (2009) e a pesquisa sobre as relações interétnicas na educação escolar de Cavallero (2012); para a análise do texto literário estudado, dialogamos com as pesquisas psicanalíticas sobre os impactos psíquicos do racismo de Grada Kilomba (2019) e de Neusa Santos Souza (1983).
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