DOÑA MORALES: TENSÃO E PÓS-COLONIALIDADE NA OBRA DE ERASMO LINHARES
DOI:
https://doi.org/10.29281/rd.v6i11.4095Palavras-chave:
Pós-colonialidade; Discurso; América Latina; Colonização; Erasmo LinharesResumo
Em 1492, os conquistadores estrangeiros apareciam pela primeira vez no horizonte e davam início ao que viria a ser um dos pontos mais significativos na história deste continente: o “descobrimento”. Este choque de culturas e temporalidades distintas será tomado como ponto referencial para o desenvolvimento de algumas reflexões sobre a relevância do discurso como instrumento de poder e dominação utilizada pelo Império ao longo do processo colonial. Tal processo exigiu das culturas colonizadas posturas que lhes possibilitassem continuar vivas no interior de um contexto hegemônico e aculturador. Nestas circunstâncias o discurso pós-colonial, em tensão com a retórica etnocêntrica do Império, vai buscar construir possibilidades capazes de resistir na esfera discursiva e subverter os temas, os mitos de poder, raça e subordinação sustentados pelo discurso de expansão imperial. Este artigo buscou analisar a natureza desta resposta pós-colonial e o modo como se configuram as representações de seus conflitos no texto de um autor oriundo de uma região historicamente marcada pela colonização, a saber, a Amazônia. A análise foca-se no conto Doña Morales, presente no livro O tocador de charamela (1979) do escritor amazonense Erasmo Linhares (1934-1999), e busca perceber como o discurso pós-colonial se articula no texto literário para estabelecer questionamentos às construções discursivas coloniais e, sob a égide destes questionamentos, responder a elas.
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