TRAMAS DA CRÔNICA: UM SOLITÁRIO À ESPREITA, DE MILTON HATOUM

Resumo

Neste artigo propomos-nos a apresentar alguns aspectos do modo de narrar nas crônicas reunidas no livro Um solitário à Espreita, de Milton Hatoum, considerando a poética da crônica deste autor, as ideias de Antonio Candido complementada por pesquisas de outros autores sobre o tema. Apresentamos, em primeiro lugar, o histórico da crônica como gênero literário na Europa e no Brasil, incluindo o Amazonas, e o histórico das crônicas de Hatoum. Também demonstramos o modo como é construída a trama em algumas crônicas do citado livro, tais como a hibridização do real com o ficcional, a construção do espaço, do tempo e dos personagens, empregando como quadro teórico as ideias de Hatoum e de Antonio Candido, a respeito dessa forma literária. Verificamos, ainda, se alguns dos processos de escrita encontrados nas crônicas do citado livro são observadas por pesquisadores na primeira obra de Hatoum, Relato de um Certo Oriente, tais como os analisados por Marleine Toledo, Maria da Luz Cristo e Stefânia Chiarelli.