A RESISTÊNCIA DAS MULHERES INDÍGENAS NA POÉTICA DECOLONIAL DE EVA POTIGUARA
THE RESISTANCE OF INDIGENOUS WOMEN IN THE DECOLONIAL POETICS OF EVA POTIGUARA
DOI:
https://doi.org/10.29281/rd.v13i27.17891Palavras-chave:
Feminismo Decolonial, Mulheres Indígenas, Literatura Indígena, Eva Potiguara, Literatura BrasileiraResumo
Este artigo busca compreender como a obra Abyayala Mebyra Nhe'engara: Cânticos de uma Filha da Terra (2022), de Eva Potiguara, articula ancestralidade, gênero e território a partir de uma perspectiva feminista decolonial. A análise concentra-se em poemas que abordam a conexão das mulheres indígenas com os elementos naturais — Fogo, Terra, Águas e Vento —, compreendidos como polos simbólicos que oscilam entre resistência e ressignificação cultural. A pesquisa é descritivo-analítica, fundamentada em uma leitura crítica interseccional e no diálogo com pensamentos decoloniais como os de Eva Potiguara, Eliane Potiguara, Elisa Pankararu, Silvia Rivera Cusicanqui, Françoise Vergès, Angela Davis, María Lugones, entre outras. A literatura de Potiguara emerge como mediadora de vozes históricas e contemporâneas, configurando um território poético onde coexistem dimensões políticas e espirituais. Por meio da poética de resistência, são construídos territórios simbólicos que entrelaçam corpos, memórias e culturas, revelando uma pauta que desafia as estruturas coloniais e patriarcais. Este estudo ressalta, assim, a literatura indígena como dispositivo crucial na luta por reconhecimento e justiça social, reforçando a centralidade das mulheres indígenas na defesa de suas comunidades e saberes ancestrais.
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