ESCREVENDO A PARTIR DA FERIDA: UMA ANÁLISE DA PROSA POÉTICA ÁGUAS DE KALUNGA, DE CONCEIÇÃO EVARISTO
WRITING FROM THE WOUND: AN ANALYSIS OF THE POETIC PROSE ÁGUAS DE KALUNGA, BY CONCEIÇÃO EVARISTO
DOI:
https://doi.org/10.29281/rd.v12i23.15363Palavras-chave:
Escrita, Conceição Evaristo, Gloria Anzaldúa, Kalunga, CuraResumo
Para este texto nós escolhemos a prosa poética “Águas de Kalunga”, de Conceição Evaristo, para (re)construir histórias que atualmente são contadas, mas que ainda escutamos muito pouco. A partir da análise duma perspectiva descolonizante, neste artigo nosso olhar se voltará para a literatura (escrita e leitura) como ferramenta de cura e transformação da subjetividade em uma experiência ora pessoal, ora coletiva, além de agir como um ato de expansão da consciência. O nosso interesse é oferecer uma opção teórica que explore a subjetividade do sujeito e coletividades a partir dum pensamento descolonial ao mesmo tempo em que construímos uma ação e movimento étnicos, ou seja, uma conscientização e superação das limitações relacionadas aos preconceitos e discriminações étnico-raciais. Para que nosso objetivo seja alcançado, levantamos a noção de autohistoria de Gloria Anzaldúa, bem como reflexões de outras mulheres negras feministas, como as de Leda Maria Martins (Tempo Espiralar) e da própria Conceição Evaristo (Escrevivência), enquanto as nossas reflexões se entrelaçam nesse processo de escrita-análise. As palavras de Águas de Kalunga confirmam o mar como um lugar de dor (ferida), mas também de cura, uma vez que o vemos como lugar de conhecimento ancestral que podem nos guiar e mostrar um conhecimento mais profundo de nós mesmos e do outro que está em nós.
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