MINHA COR, MINHAS MARCAS: FICÇÃO E HISTÓRIA NA OBRA ÚRSULA, DE MARIA FIRMINA DOS REIS
Resumo
A presente pesquisa é uma análise da construção do negro na obra “Úrsula” de 1859 da autora maranhense Maria Firmina dos Reis. Essa investigação propicia uma reflexão sobre a importância que Firmina deu aos cativos ao possibilitar a voz desses diante da sociedade patriarcal oitocentista bem como apresentar àquela sociedade a sua inovadora literatura antiescravista. A pesquisa realizada para este trabalho foi de natureza bibliográfica ancorada em autores como: Burke (1992) Carvalho (2018), Broskshaw (1983), Pinheiro (2016), entre outros. A partir da escrita de Maria Firmina pode-se concluir o destaque na representação dos cativos em seu romance, abandonando os aspectos negativos que era visto o negro e evidenciando os sentimentos, valores, religião e história dos africanos, além de seus personagens negros transgredirem as normas patriarcais da época. Ela dá oportunidade para o negro ser porta voz de sua própria história, podendo expressar sua opinião com relação à escravidão, o quanto almejava a liberdade. O romance Úrsula, pode ser considerado, uma rica fonte histórica, ao apresentar a visão do escravo como agente histórico. Através da voz da escritora, por meio do romance Úrsula, podemos conhecer as injustiças e preconceitos que cercavam a sociedade patriarcalista do século XIX a qual ditava as regras naquela época. Maria Firmina por meio de sua obra tornou-se a pioneira na literatura por ser a primeira escritora a tratar do tema escravidão, por tornar um personagem negro herói de um romance e pôr em pé de igualdade brancos e escravos. Na escrita de Firmina, o discurso histórico- literário sobre a escravidão estão ligados nos moldes da escola romântica.
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