SABERES ANCESTRAIS: A PERFORMANCE DO RITO NAS CANÇÕES DA DANÇA DE CAÇA MAKWALO, DO POVO YAWO
Resumo
RESUMO: No presente artigo, discutimos a interface entre a performance e o rito, como maior expressão nos rituais do makwalo. Na performance do rito trazemos a representação do corpo e a voz do performer como pontos de inscrição de saberes ancestrais de vária natureza. Para nós, o corpo na performance do rito é um painel onde se inscreve o saber que se grafa no gesto, na coreografia, nos vários movimentos, na superfície da pele, nos arremessos frenéticos dos pés, no ritmo e na tonalidade da voz. A voz e o corpo em simultâneo traduzem epistemes. O gesto e a oralidade são uma representação mimética de aparato simbólico, veiculado pela performance, porém, instaura e, por fim, institui a própria performance (LEDA, 2002). A abordagem deste artigo é mítico-telúrica, assente numa perspectiva descritiva e interpretativa do rito do makwalo, adstrita aos saberes ancestrais, como memória, modo de recriação, religação, assentes na filosofia africana. A sua celebração assegura as relações com o divino, tranquiliza e confirma os tabus protetores (ZUMTHOR, 1993). Assim, os pontos em pauta são uma proposta que contribuem para a rescrita da cultura yawo: reverberamento na forma da preservação dos animais e a ancestralidade como um conhecimento que vem contribuir para o novo paradigma epistemológico.
PALAVRAS-CHAVE: Oralidade; Performer; Religião; Rito; Saberes Ancestrais.
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