MÍDIAS DIGITAIS E SUAS IMPLICAÇÕES NA CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE: UM ENSAIO EXPLORATÓRIO SOBRE TELAS E REDES SOCIAIS .
Resumo
RESUMO
Estudos sugerem que a cada vez mais precoce interação com as telas (tablets, smartphones, computadores etc.) altera as relações do sujeito com o Outro. Tais alterações, negativas ou positivas, podem ser constatadas tanto no registro neuroestrutural quanto na dinâmica das interações sociais e psicomotoras. As telas também abrem o espaço das redes sociais. O Facebook, tomado como paradigma, segundo os resultados das pesquisas de campo, fomenta experiências subjetivas muito diversas, que vão do narcisismo à expressividade e experimentação do próprio eu. Controversos, os dados parecem indicar tanto a possibilidade do uso patológico quando saudável das redes, a depender de fatores como o contexto e época da pesquisa, e parâmetros populacionais (idade, gênero, traços de personalidade etc.). Do ponto de vista psicanalítico, a rede da suporte e faz consistir o grande Outro da linguagem e do simbólico, a partir do que o sujeito é capturado na lógica dos algoritmos. Por outro lado, a rede é também campo de extensão e estruturação da fantasia e do gozo.
Palavras-chave: Internet, Telas, Facebook, Narcisismo, Outro, Gozo.
ABSTRACT
Studies suggest that the increasingly precocious interaction with screens (tablets, smartphones, computers, etc.) alters the subject's relationships with the Other. Such changes, negative or positive, can be seen both in the neurostructural realm and in the dynamics of social and psychomotor interactions. Screens also open the way for social media. According to the results of field research, Facebook, taken as a paradigm, fosters very diverse subjective experiences, ranging from narcissism to expressiveness and experimentation of the self. Controversial, the data seems to indicate both the possibility of pathological or healthy use, depending on factors such as the context and time of the research, and population parameters (age, gender, personality traits, etc.). From a psychoanalytic point of view, the network supports and makes consistence of the great Other, of language and symbolic, from which the subject is captured in the logic of algorithms. On the other hand, the network is also a field for extension and structure to fantasy and jouissance.
Keywords: internet, screens, Facebook, narcissism, the Other, jouissance.