Avaliação dos médicos residentes do HUGV quanto aos efeitos da pandemia na formação como especialista

Resumo

A pandemia de COVID-19 modificou o sistema de saúde brasileiro, que passou a enfrentar desafios dos mais diversos. Seguindo as recomendações quanto ao desenvolvimento de atividades dos programas de residência médica, houve remanejamento de residentes para ambientes dedicados ao cuidado de pessoas acometidas pelo novo coronavírus. O objetivo deste estudo foi identificar as consequências da pandemia de COVID-19 na formação de médicos residentes do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV/UFAM). Foi realizado um estudo observacional e descritivo com médicos residentes, através de um questionário disponibilizado online pela Plataforma Google Forms ®. A maioria foi afastada dos seus serviços, mantendo apenas atendimentos de urgência e emergência (36.8%) ou direcionada para o atendimento de casos de COVID-19 (32.2%). Os residentes de clínica médica permaneceram em suas atividades habituais (88,9%), enquanto os de cirurgia foram mantidos apenas em caráter de urgência e emergência (75%) e os residentes de anestesia foram direcionados para o atendimento de casos de COVID-19 (52,9%). Um total de 48,6% dos participantes acredita que a pandemia gerou importante déficit na sua formação, principalmente da prática dos residentes R1 (71,4%). A despeito de tais modificações, a maioria dos residentes (57.5%) acredita ser possível atingir os pré-requisitos mínimos para sua formação. A pandemia de COVID-19 modificou a estrutura tradicional da residência médica de forma específica para cada área de especialização. Embora os pré-requisitos mínimos de ensino tenham sido atingidos, houve a percepção de déficit na formação, com necessidade de incrementar as práticas educacionais como mecanismo compensatório durante os períodos de pós-pandemia.