Traços identitários e confluências da culinária amazonense

Autores

  • Jullyani Santos Nunes Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Campus Coari, Coari – AM
  • Tiago de Jesus Souza Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Campus Coari, Coari – AM
  • Gustavo Bernardes Fanaro Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Campus Coari, Coari – AM

Resumo

O trabalho, fruto de um dos resultados parciais de projeto de pesquisa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, visa identificar os traços significativos de construção das tradições alimentares do estado do Amazonas. A culinária é uma das mais importantes vertentes culturais de formação de um povo, através dela é possível caracterizar social, econômica, geográfica e antropologicamente os aspectos de determinada cultura. Através da análise do sistema alimentar torna-se possível a compreensão de sua identidade, permitindo conhecer as principais dissonâncias e convergências da composição dos hábitos alimentares e uma tematização sobre essa prática. Nesse sentido, objetiva-se identificar os traços essenciais que compõem a culinária amazonense, as intercorrências e interferências externas e internas da constituição de uma culinária própria e ponderar, a partir da diversidade dessa região, a existência de uma caracterização cultural-alimentar própria, que se utiliza de maneira comum de elementos como a mandioca, o açaí, a castanha do Brasil, o cupuaçu, além do alto consumo de peixes entre outros. Trata-se de um estudo de revisão que demonstra as potencialidades alimentares do estado, compondo um misto de técnicas de preparo, alimentos e costumes alimentares, que pressupõe uma dinamicidade fruto da miscigenação no desenvolvimento da região. Para tal, analisa-se a diversidade da cozinha amazonense a partir da compreensão da herança dos povos Indígenas aliados aos africanos, europeus e árabes, como resultado direto da exploração durante a colonização, da incursão dos jesuítas até a segunda metade do século XVIII, do povo nordestino atraído pela atividade do látex no século XIX e finalmente da abertura dos eixos rodoviários que possibilitaram novos fluxos migratórios. Toda essa convergência, se por um lado contaminou os hábitos culturais dos povos indígenas, do outro lado fomentou a construção de uma cultura alimentar própria do Estado.

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Publicado

2019-06-27

Como Citar

NUNES, J. S.; SOUZA, T. de J.; FANARO, G. B. Traços identitários e confluências da culinária amazonense. Revista Ensino, Saúde e Biotecnologia da Amazônia, [S. l.], v. 1, n. especial, p. 1, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/resbam/article/view/5698. Acesso em: 28 mar. 2024.