CONTRIBUIÇÕES LATINOAMERICANAS AO DEBATE SOBRE O CONCEITO DE INTERSECCIONALIDADE
Resumo
A partir da relação entre raça, classe e gênero, entende-se a condição da mulher negra por uma perspectiva interseccional. Desde a época da escravidão, até aos dias atuais pós-colonialismo, a mulher negra é vista de forma estereotipada e suas necessidades não são reconhecidas. Durante o passar dos anos, autoras como Angela Davis, bell hooks, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Djamila Ribeiro, discutem e apresentam a perspectiva da mulher negra. Surge então, o feminismo negro que, mediante um olhar interseccional, entende que não se pode considerar uma necessidade uniforme para todas as mulheres. Percebendo que muitas autoras possuem como referência o contexto norte-americano, torna-se importante trazer a mesma discussão para a América Latina, já que possui uma cultura, um processo histórico e uma visão sobre a pessoa negra de forma diferente do contexto norte-americano. Partindo do conceito de interseccionalidade abordado por Kimberlé Crenshaw, e suas três dimensões: política, estrutural e representacional, realizou-se uma pesquisa bibliográfica centrada em apresentar o conceito de interseccionalidade e indicar as contribuições do pensamento latinoamericano para sua problematização. Sendo assim, pretendeu-se identificar e descrever os conceitos do pensamento latinoamericano que remetem às dimensões da vida social consideradas fundamentais para o debate sobre o conceito de interseccionalidade, além de refletir sobre as relações entre as autoras estudadas.
Palavras-chave: Feminismo negro. Interseccionalidade. Mulher negra. Pensamento latinoamericano.