AMAZÔNIA, FILOSOFIA E INTERDISCIPLINARIDADE:
CRÍTICA À MIOPIA DISCIPLINAR E À DELINQUÊNCIA ACADÊMICA DOS FUNCIONÁRIOS DA CIÊNCIA
Resumo
Em forma ensaística, e num devir ontodialético, o artigo objetiva pensar a Amazônia de forma interdisciplinar e num confronto epistêmico ao parcelamento disciplinar que orienta as recorrentes abordagens sobre a relação natureza-cultura, conforme o prevalente paradigma instrumental cartesiano. À dicotomia natureza-cultura resultante de um sujeito inflado que a tudo quantifica e parcela, o texto articula uma compreensão do saber originário dos povos indígenas e da população cabocla como uma experiência perceptiva modulada pela sinergia entre o ser natural e o ser social. Por fim, elabora a crítica ontodialética ao procedimento do funcionário da ciência, tanto na medida de sua objetivação teórica quanto de sua intervenção prática sobre o mundo da Amazônia e aponta a necessidade de promover a justiça epistêmica entre os modelos de objetivação e o mundo complexo do ser natural e social da Hileia.
Palavras-chave: Amazônia; filosofia; interdisciplinaridade; crítica; miopia.