A BEATITUDO COMO FIM ÚLTIMO DA VIDA HUMANA
Resumo
O presente artigo propõe abordar as reflexões acerca da questão da felicidade (beatitudo) apresentada por Agostinho em sua obra De beata vita, destacando alguns dos aspectos e argumentos centrais de sua tentativa de definição do que é a beatitude humana, onde, como e se é possível ser alcançada na vida terrena. Agostinho começa pela via da filosofia greco-romana e acaba adentrando no caminho em que a felicidade requer do homem o conhecimento de si mesmo e de Deus sem excluir a via da fé, sendo que, sem este pressuposto devidamente no entendimento, parece não ser possível viver uma vida justa, boa e feliz, tanto a nível pessoal quanto na vida sociopolítica. Agostinho diferencia-se dos filósofos antigos ao integrar a herança neoplatônica com o cristianismo e ao considerar que a verdadeira felicidade está na união com Deus, alcançada não só pela razão, mas também pela fé no Evangelho. Ele argumenta que a felicidade é encontrada na sabedoria divina quando o ser humano se volta para a interioridade de sua alma e daí segue para a transcendência divina superando, assim, a filosofia pagã. Para Agostinho, a felicidade não é meramente o resultado de uma busca filosófica, mas da posse de Deus, sabedoria e verdade divina, e que a vida feliz é possível ao seguir a ordem do amor divino.
Palavras-chave: Beatitudo; sabedoria; Agostinho; alma; Deus.