PENSANDO AS ESMOLAS: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE DAR E RECEBER ESMOLAS SOB O PRISMA DE SANTO AGOSTINHO
Resumo
A pobreza extrema infelizmente tem se tornado uma chaga social permanente, e os que estão imersos nessa situação cada vez mais tem a necessidade de recorrer às esmolas. Agostinho que viveu em uma comunidade de extrema desigualdade social, trata do assunto em vários sermões e tratados, evidenciando que a esmola não é apenas um ato voluntário, mas uma obrigação do doador e um direito do necessitado. O termo latino eleemosyna (esmola) provém do grego, significando misericórdia. Assim, a esmola verdadeira é um ato em que a consciência do homem se consterna com a miséria alheia o levando a ação, de forma que ela brota do interior pela sensação de que é indigno a sociedade permitir que alguém não consiga prover seu próprio sustento. Em uma época em que não estava claro que isso também seria função do Estado, a esmola se constituía com esse binômio: obrigação e direito, como uma forma de justiça social antiga. Contudo, apesar de sua importância ela é uma medida necessária apenas porque existe extrema desigualdade social oriunda do pecado humano, logo o ideal é que não existisse uma sociedade com pessoas tão ricas e tão pobres em que alguém tenha que se sujeitar a inúmeras humilhações pedindo para não morrer de fome.
Palavras-chave: pobreza; esmola; justiça social; Agostinho.