AMIZADE: BENEVOLÊNCIA E RECIPROCIDADE NA ÉTICA A NICÔMACO
Resumo
Este artigo debruça-se sobre o conceito de Amizade, desenvolvido por Aristóteles no livro Ética a Nicômaco, e a sua relação com os conceitos de benevolência e reciprocidade. Partindo do princípio de que na amizade a benevolência precisa ser conhecida, e quando a esta se se acrescenta a reciprocidade, pode-se conceber uma amizade, cujo fim é o prazer ou a utilidade ou o outro em si mesmo, denominado por Aristóteles como amizade pelo prazer, amizade pela utilidade e amizade perfeita. Assim, ao analisar a Ética a Nicômaco, pode-se perceber que o conceito de benevolência é suficientemente amplo para abarcar a forma qualificada de afeição e hábito que existem nas amizades e que envolve não só o querer bem a alguém, mas, fundamentalmente, o que ama e o bem que se dispensa. O conceito de reciprocidade, da maneira como é apresentado pelo filósofo, torna-se imprescindível para a compreensão tanto das amizades entre iguais quanto entre desiguais. Dessa forma, a benevolência e a reciprocidade estão intimamente ligadas para que haja amizade e, uma vez existido, não acabe, isto é, são conceitos que se relacionam e se tornam necessários à categorização e constituição da amizade.
Palavras-chave: Aristóteles; Ética a Nicômaco; amizade; benevolência; reciprocidade.