AMOR AO PRÓXIMO: PROBLEMATIZAÇÃO DA REGRA DE OURO E DA REGRA DE COBRE DA MORAL CONFORME HUANG
Resumo
Constantemente nos vemos perante teorias que caracterizam a atividade subjetiva como algo a ser superado ou como ponto de articulação para tribalismos morais, tendências egoístas e núcleo da origem dos dilemas morais. A nossa questão é se é possível um princípio moral sustentado na separação entre subjetividade e intersubjetividade. Para tanto, tomamos por base o artigo de Yong Huang A Copper Rule versus the Golden Rule: A Daoist-Confucian Proposal for Global Ethics (2005), no qual o autor revisita a regra de ouro da moral, a saber, de “fazer ao outro aquilo que gostaríamos que fizessem a nós”; tal regra, segundo Huang, é insuficiente para lidar com os conflitos intersubjetivos, principalmente pela ênfase no querer subjetivo. Apresenta-se como solução, conforme pretende Huang, a regra de cobre da moral, nesta regra a ênfase está no querer do outro. Aqui revisitaremos a compreensão da regra de cobre frente à regra de ouro e problematizaremos a origem judaico-cristã da regra de ouro, a qual tem por conteúdo o “amar ao próximo como a si mesmo”. Nosso enfoque será demonstrar que uma ética hermenêutica aos moldes de Huang também não satisfaz a demanda por uma regra para a moral, e mais que isso, sugerimos que a regra de ouro precisa ser melhor problematizada. Como conclusão sugerimos que a abertura para uma hermenêutica ética está na relação do eu com aquilo que ele considera ser próximo a si.
Palavras-chave: regra de ouro; regra de cobre; Huang; epistemologia; amor.