SAÚDE, SOFRIMENTO, DEFESAS E PATOLOGIAS NO TRABALHO DE PROFESSORES
Resumo
O artigo enfoca as vivências de prazer-sofrimento de professores que atuam com educação inclusiva na cidade de Manaus. Teve como objetivo compreendê-las a partir da análise dos processos psicodinâmicos do trabalhar, sinalizando os agravantes de sofrimento, as estratégias de defesa e as possíveis patologias de trabalho. Utilizou-se metodologia de natureza qualitativa, segundo os aportes teóricos da psicodinâmica do trabalho, em que a escuta e a elaboração levam a uma mobilização de mudanças e transformações. Os participantes que compuseram a pesquisa foram vinte e cinco professores. Realizaram-se oficinas de escuta clínica do sofrimento, em que foi proposta a discussão das vivências subjetivas no trabalho. A fala foi compartilhada no coletivo de trabalhadores e a escuta foi pautada nas vivências de trabalho. O estudo permitiu concluir que a falta de um espaço de discussão configurou a queixa inicial dos professores e a partir dos encontros foi favorecida a formação de um coletivo em que o sentimento de pertencer ao grupo foi construído. O estudo evidenciou as contradições entre trabalho prescrito e o real, principalmente ao se tratar da legislação do processo de educação inclusiva e da prática deste professor ao receber uma criança com deficiência. Uma vez que não encontram condições favoráveis para realizar o trabalho e a falta de prescrição é um dos principais norteadores deste trabalho. Assim, foi possível compreender as relações entre o trabalhador e a organização do trabalho, bem como as mediações e ações dos mesmos em prol de transformações do trabalho.
Palavras-chave: Psicodinâmica do Trabalho. Oficinas de Clínica do Trabalho. Educação Inclusiva. Professores.