MEMÓRIAS DE AGRICOLINAS: AS PRIMEIRAS ALUNAS DO COLÉGIO AGRÍCOLA MANOEL BARATA
Resumo
Este artigo[1] estuda a inserção das mulheres na primeira turma mista do Colégio Agrícola Manoel Barata, atual, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Campus Castanhal. Muito embora a Lei Orgânica do Ensino Agrícola de 1946 tenha autorizado às mulheres o direito de estudar o ensino agrícola, a abertura de processo seletivo, para ambos os sexos, não ocorreu nesta única instituição federal de ensino agrícola, no Estado do Pará. Mesmo com sua transferência da Ilha de Caratateua, em Outeiro, para o município de Castanhal, em 1972, inicialmente, não foi permitido a inserção, ocorrida três anos depois, precisamente, em 1975. A motivação da pesquisa iniciou durante análise de um processo de uma egressa, que solicitava Certidão de Tempo de Aluno Aprendiz, em 2015, ano do quadragésimo aniversário deste evento, sem nenhum registro ou comemoração institucional. O arcabouço teórico-metodológico deste estudo está referendado nas abordagens historiográficas, assumidas pela História Cultural, na dinâmica da história do tempo presente e vinculadas ao procedimento metodológico das fontes orais. O trabalho contou com a participação de doze pessoas que têm em comum a vivência no Colégio Agrícola, sobretudo, de oito, das quinze mulheres inseridas na primeira turma mista do Curso Técnico em Agropecuária. Os resultados de análises dos relatos e documentos mostram os desafios e persistências das primeiras alunas durante a vivência partilhada no campo e na sala de aula, em um Colégio, historicamente pensado para homens. A pesquisa visibiliza, através das narrativas das primeiras agricolinas, a história da educação de mulheres, especificamente, no ensino agrícola.
PALAVRAS-CHAVE: Educação de mulheres. Memória. Ensino agrícola.
ABSTRACT: This article studies the insertion of women in the first mixed class of the Manoel Barata Agricultural School, current, Federal Institute of Education, Science and Technology of Pará, Castanhal Campus. Even though the Organic Law of Agricultural Education of 1946 has allowed women the right to study agricultural education, the opening of selection process, for both sexes, did not occur at this single federal institution of agricultural education, in the State of Pará. Even with its transfer from Caratateua Island, in Outeiro, to the municipality of Castanhal, in 1972, initially, the insertion was not allowed, having ocurred three years later, precisely, in 1975. The motivation of the research began during analysis of a graduate process, requesting Apprentice Student Time Certificate, in 2015, the year of the fortieth anniversary of this event, without any registration or institutional commemoration. The theoretical-methodological framework of this study is referenced on the historiographical approaches, assumed by Cultural History, in the dynamics of the present time history and linked to the methodological procedure of the oral sources. The work had the participation of twelve people who have in common the experience in the Agricultural School, especially, eight, of the fifteen women inserted in the first mixed class of the Technical Course in Agriculture. The results of analysis of the reports and documents show the challenges and persistence of the first female students during the shared experience in the field and in the classroom, in a College, historically addressed for men. The research shows, through the narratives of the first agricolines, the history of women education, specifically, in agricultural education.
Keywords: Women Education, Memory, Agricultural Education.
[1] O artigo é parte integrante da dissertação de mestrado “Memórias da Primeira turma mista: a inserção das mulheres no Colégio Agrícola Manoel Barata”, apresentada, em 2018, no Programa de Pós Graduação em Linguagens e Saberes na Amazônia da Universidade Federal do Pará Campus Bragança.