PERCEPÇÃO DOS EXTRATIVISTAS ESTUARINO-COSTEIROS SOBRE AS PRÁTICAS E OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NOS MANGUEZAIS DO NORDESTE PARAENSE, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA
Resumo
O estudo descreve a percepção dos extrativistas sobre suas práticas e os impactos causados ao manguezal do nordeste paraense. Objetivou-se descrever o perfil das comunidades, organização social, processo de degradação e conservação dos recursos naturais dos manguezais. O estudo é o resultado de pesquisas realizadas no período de 2008 a 2015, em quatro comunidades: Acarajó, América, Caratateua e Tamatateua, com 72 extrativistas, entre homens e mulheres, que responderam a um questionário sobre as práticas cotidianas no uso dos recursos do manguezal,num espaço-temporal de 10 anos atrás, hoje e 10 anos depois (passado, presente e futuro). A análise dos dados correu por meio do Programa Statistical Package for the Social Sciences e a análise de conteúdo com a interpretação das falas dos entrevistados. Os resultados revelaram que as comunidades se consideram mais organizadas nos dias de hoje quando comparadas a 10 anos atrás e estarão mais organizadas no futuro devido às exigências e critérios das agências de financiamento a projetos de renda e trabalho. Demonstraram que hoje e no futuro a degradação e o impacto ambiental serão bem maiores quando comparados a 10 anos atrás, ressaltando que este processo é acelerado e contínuo devido a entrada de mais pessoas no extrativismo dos recursos dos manguezais. Acreditam a conservação dos recursos corria quando comparado nos dias de hoje e no futuro. Conclui-se que a percepção dos extrativistas sobre as práticas e os impactos ambientais representa o atual estado de organização, exploração e conservação dos recursos do manguezal nas comunidades costeiras amazônicas.