PROTOCOLO DE CAPTURA DE MORCEGOS COM USO DE REDES DE NEBLINA NO SISTEMA DE AMOSTRAGEM RAPELD
Palavras-chave:
Chiroptera, diversidade, esforço de captura, filtro ambiental, heterogeneidade ambiental, padronização.Resumo
Os dados acumulados ao longo dos anos por pesquisadores muitas vezes são difíceis de serem tratados em estudos comparativos, em função das diferenças nos delineamentos e esforços de amostragem. A padronização dos métodos de amostragem permite comparações entre locais e períodos distintos em ampla variedade de escalas e gradientes ambientais, além de promover a integração entre pesquisadores através do compartilhamento dos dados. Nosso objetivo é descrever um protocolo de captura de morcegos em parcelas do sistema RAPELD, testado ao longo de décadas de trabalho, usando redes de neblina armadas em nível do chão e que possa ser replicado por pesquisadores nos diferentes biomas brasileiros. O protocolo mínimo consiste em 10 redes de neblina, idealmente de 10 × 3 metros cada, instaladas no corredor central de cada parcela, intercalando os segmentos de 10 m. Sugerimos, que cada parcela seja amostrada por pelo menos quatro noites não consecutivas por ano, sendo duas noites na estação chuvosa e duas noites na estação seca. Nós também propomos adequações ao protocolo para casos específicos ligados a limitações de equipamentos e condições de campo, mas sempre mantendo uma amostragem de 100 metros de redes armadas por parcela/noite. Para a delimitação dos esforços de amostragem consideramos também as dificuldades de capturas em locais remotos e com baixa infraestrutura e o processamento e encaminhamento adequado dos morcegos capturados e dados associados. Nós também apresentamos uma lista de equipamentos, alguns procedimentos adotados durante as capturas e sugerimos planilhas modelo para dados e metadados.