Composição e nível de corte do mangal do Erecâmba no distrito de Inhassunge, província da Zambézia, centro de Moçambique

Autores

  • Paulo Nazaré Miguel Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Licungo (FCT), Campus de Dondo, Sofala, Moçambique.
  • Romário João António da Silva Armazia
  • Avelino Raimundo Miguel Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, EN1, Campus de Nacogolone, Universidade Zambeze, Cidade de Mocuba, Província da Zambézia, Moçambique.

Resumo

Com o desaparecimento do coqueiro causado pelo amarelecimento letal associado ao aumento populacional, verifica-se no distrito de Inhassunge uma procura massiva por materiais de construção e alimentos nos mangais, conduzindo assim, a uma superexploração deste recurso. Com vista a avaliar a composição e o nível de corte de mangal do Erecamba no distrito de Inhassunge, província da Zambézia em Moçambique, utilizou-se o método de quadrículas, onde as espécies foram identificadas e quantificadas em cinco categorias a destacar: indivíduos intactos (Sem nenhum corte), indivíduos parcialmente cortados (25% dos ramos cortados), indivíduos com corte profundo (75% dos ramos cortados), indivíduos totalmente cortados (cepo) e indivíduos mortos por causa natural. Foram feitas 62 quadrículas de 1.600 separadas por 50 m em 7 transectos lineares. Foram identificadas seis espécies de mangal: Rhizophora mucronata, Bruguiera gymnorrhiza, Xylocarpus granatum, Lumnitzera racemosa, Sonneratia alba e Avicennia marina. Em relação ao nível de corte, 44,7% correspondem aos indivíduos intactos, 21,6% corte parcial (25% de ramos cortados), 4,9% corte profundo (75% de ramos cortados), 20,3% totalmente cortadas (cepo) e por fim 8,5% morte por causa natural, o que permitiu concluir que o estado de conservação do mangal de Erecâmba é crítico (55,3%). Este estudo é uma importante contribuição para o conhecimento das espécies do mangal,  sua importância e permitirá desenvolver futuras propostas de actuação para a conservação deste importante ecossistema.

 Palavras chaves: Avaliação; conservação; degradação; ecossistema; Zambézia - Moçambique.

Biografia do Autor

Paulo Nazaré Miguel , Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Licungo (FCT), Campus de Dondo, Sofala, Moçambique.

Possui Pós-Graduação em Educação-Ensino de Biologia pela Universidade Pedagógica – Moçambique. Atualmente doutorando no programa de Pós-graduação em Biologia Ambiental (PPBA), pela Universidade Federal do Pará (UFPA), e colaborador do Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA). Atua principalmente em Ecologia de Manguezal e Socioambiental.

Romário João António da Silva Armazia

Licenciado em Ensino de Biologia pela Universidade Pedagógica de Quelimane-Zambézia. Atualmente funcionário do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

Avelino Raimundo Miguel , Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, EN1, Campus de Nacogolone, Universidade Zambeze, Cidade de Mocuba, Província da Zambézia, Moçambique.

Biólogo moçambicano que está atualmente a fazer um doutorado em Biodiversidade Animal pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil. Os seus principais interesses de investigação centram-se na taxonomia, conservação, história natural e ecologia de anfíbios e répteis.

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Publicado

2024-01-03