A pedagogia não formal e a transmissão de saberes na catação do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) em Caratateua, nordeste paraense, Amazônia (Brasil).
Resumo
A educação não formal é o mote para reflexões e conclusões acerca de como os saberes são repassados de maneira inconteste por grupos sociais. Para tal afirmação, realizou-se um estudo em que se perscrutou o processo de ensino e aprendizagem de uma determinada atividade utilizando uma “pedagogia própria” – transferida de geração para geração – com seus métodos particulares que fogem à regra do que se considera padrão e formal na educação escolar, também foi realizada análise sobre esta forma de aquisição de conhecimento e fez-se a inter-relação desta com áreas do conhecimento formal-escolar. Assim, verificou-se como a educação não formal favorece a transferência de saberes tradicionais às crianças e adolescentes na prática produtiva da catação do caranguejo-uçá na Vila de Caratateua em Bragança-PA. Nossa finalidade é compreender os significados e a importância dessa forma de vivência da comunidade e como são transmitidos seus saberes e práticas entre gerações. Esta averiguação deu-se a partir da participação no cotidiano da comunidade com entrevistas e observação, considerando suas vivências, sua oralidade e seus instrumentos de trabalho. O que permitiu constatar que os saberes provenientes da experiência cotidiana assumem um importante papel na vida dos sujeitos da comunidade no que diz respeito à educação, ao trabalho, às relações afetivas e à perpetuação da cultura local amazônica.
Palavras-chave: Educação não formal; Caranguejo-uçá; Saberes tradicionais; Catação de caranguejo.