Os públicos nos relatórios de sustentabilidade de empresas do polo industrial de Manaus
interlocutores ou objetos de discurso?
Resumo
As organizações passaram a ter necessidade de se posicionar perante a opinião pública a respeito de suas práticas supostamente sustentáveis a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992. Desde então, foram várias as formas de interação com seus públicos desenvolvidas para convencê-los de que são, efetivamente, sustentáveis. Nesse sentido, este trabalho amplia os estudos desenvolvidos por Lira (2014), que analisou o discurso sobre meio ambiente e sustentabilidade em relatórios de sustentabilidade de empresas do Polo Industrial de Manaus. Assim, este artigo analisa como os públicos das organizações são tratados em relatórios de sustentabilidade de empresas do Polo Industrial de Manaus, se como interlocutores, ou seja, se o documento é direcionado a eles, ou se esses públicos se constituem apenas como objeto de discurso. Baseado na perspectiva teórico-metodológica do Círculo de Bakhtin, este estudo faz parte do projeto institucionalizado de pesquisa O discurso sobre meio ambiente e sustentabilidade de organizações instaladas em Manaus: dialogismo e efeitos de sentido, do Grupo de Estudos de Relações Públicas. Como resultado, é apontado que os relatórios de sustentabilidade tratam o acionista como interlocutor e os outros públicos como objeto de discurso.
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