ESTUDANTES ADULTOS NO ENSINO SUPERIOR: ESTUDO NO IFAL-MACEIÓ TOMANDO AS EXPECTATIVAS E DIFICULDADES DO REGRESSO À VIDA ACADÊMICA
Resumo
No Brasil e em Portugal, nas últimas décadas, observa-se uma crescente expansão e democratização do acesso ao ensino superior que desencadearam o surgimento de um novo público: os estudantes não-tradicionais. Esses estudantes se diferenciam dos demais, ditos tradicionais, por um conjunto de fatores: idade, perfil socioeconômico, e experiência profissional, nomeadamente. Vários destes tiveram que interromper sua trajetória escolar por anos, regressando agora à vida acadêmica, ao ensino superior. Esse artigo buscou analisar as expectativas e dificuldades acadêmicas que tais estudantes apresentam ao ingressar no primeiro ano dos cursos superiores do Instituto Federal de Alagoas-IFAL/Campus Maceió. Os estudantes responderam à Escala Brasileira de Expectativas Acadêmicas para ingressantes na Educação Superior - versão abreviada para o Brasil, e ao questionário de Dificuldades Antecipadas de adaptação ao ensino superior - versão abreviada para o Brasil. Os resultados sugerem diferenças em função do gênero e da vulnerabilidade social, apontam que os estudantes do gênero feminino e cotistas apresentam médias significativamente maiores nas dificuldades de autonomia e interpessoal, bem como apresentam médias maiores na expectativa de compromisso social. Isso pode ser explicado devido a história de vida desses estudantes, muitas vezes, marcadas por uma multiplicidade de funções sociais, pessoais e, agora, acadêmicas. A cultura acadêmica superior precisa não só compreender as expectativas e dificuldades desses estudantes, em seu retorno ao ensino formalizado, mas também, no intuito de garantir sua adaptação e sucesso acadêmico, reconhecer o protagonismo que exercem no momento atual da educação, valorizando suas estratégias de aprendizagem, autoeficácia e autorregulação.
Palavras-chave: Ensino Superior; Estudantes Não-tradicionais; Adaptação ao Ensino Superior; Expectativas Acadêmicas