OS SENTIDOS DO TRABALHO CAMPONÊS NA PRODUÇÃO DE TABACO: SUBMISSÃO NOS MARCOS DA AGRICULTURA CAPITALISTA

Autores

  • Marcela Pereira Rosa Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
  • Bernardo Parodi Svartman Departamento de Psicologia Social e do Trabalho no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

sentido; trabalho; campesinato; tabaco; psicologia histórico-cultural

Resumo

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre os sentidos atribuídos ao trabalho por camponeses produtores de tabaco. Partimos dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural, centrando-nos nas contribuições de Lev Vygotski. As estratégias metodológicas adotadas na investigação da temática foram a realização de observações participantes e de entrevistas semiestruturadas com três famílias produtoras de tabaco no Estado do Paraná. Na discussão apresentada buscamos ressaltar a maneira pela qual, nos marcos do modo de produção capitalista, o trabalho na fumicultura aparece fortemente marcado pelas relações estabelecidas entre a indústria e a agricultura, estando o trabalho e os trabalhadores subjugados ao capital. O trabalho, atividade vital do ser social, constitui-se como mero meio de sobrevivência e seu sentido fica restrito à renda que ele gera com a venda da mercadoria produzida. Como resultado, temos que os sentidos atribuídos ao trabalho se tornam alienados e alienantes. Apontamos que a superação dessa condição em direção à constituição do trabalho como atividade verdadeiramente emancipadora, está diretamente ligada à superação do próprio modo de produção capitalista.
Palavras-chave: sentido; trabalho; campesinato; tabaco; psicologia histórico-cultural

LOS SENTIDOS DEL TRABAJO CAMPESINO EN LA PRODUCCIÓN DE TABACO: SUMISIÓN EN LOS MARCOS DE LA AGRICULTURA CAPITALISTA
RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre los sentidos atribuidos al trabajo por campesinos productores de tabaco. Partimos de los presupuestos de la Psicología Histórico-Cultural, centrándonos en las contribuciones de Lev Vygotski. Las estrategias metodológicas adoptadas en la investigación de la temática fueron la realización de observaciones participantes y de entrevistas semiestructuradas con tres familias productoras de tabaco en el Estado de Paraná. En la discusión presentada buscamos resaltar la manera en que, en los marcos del modo de producción capitalista, el trabajo en el cultivo el tabaco aparece fuertemente marcado por las relaciones establecidas entre la industria y la agricultura, estando el trabajo y los trabajadores subyugados al capital. Como resultado tenemos que los sentidos atribuidos al trabajo se quedan alienados y alienantes. El trabajo, actividad vital del ser social, se constituye como mero medio de supervivencia y su sentido queda restringido a la renta que él genera con la venta de la mercancía producida. Señalamos que la superación de esa condición hacia la constitución del trabajo como actividad verdaderamente emancipadora, está directamente ligada a la superación del propio modo de producción capitalista.
Palabras clave: sentido; trabajo; campesinado; tabaco; psicología histórico-cultural
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THE SENSES OF PEASANT LABOR IN TOBACCO PRODUCTION: SUBMISSION IN THE LANDMARKS OF CAPITALIST AGRICULTURE
ABSTRACT : This article aims to reflect about the senses attributed to work by peasants who produce tobacco. We start from the assumptions of Historical-Cultural Psychology, focusing on the contributions of Lev Vygotsky. The methodological strategies adopted in the investigation of the subject were the realization of participant observations and semistructured interviews with three tobacco producing families in the State of Paraná. In the discussion we emphasize the way in which the work in tobacco production is strongly marked by the relations established between industry and agriculture, being labor and workers subjugated to capital, in the landmarks of the capitalist mode of production. As a result we have the senses attributed to work become alienated and alienating. Work, the vital activity of the social being, constitutes a mere way of survival and its senses is restricted to the income it generates by the sale of the commodity produced. We point out that overcoming this condition towards the constitution of labor as a truly emancipatory activity is directly linked to the overcoming of the capitalist mode of production. Keywords: sense; work; peasantry; tobacco; historical-cultural psychology

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Publicado

2018-12-21

Edição

Seção

Artigos