PÓS-GRADUANDOS INDÍGENAS DA UFAM
SEUS PONTOS DE VISTA SOBRE OS PPGs, TEORIAS ACADÊMICAS E INCENTIVOS INSTITUCIONAIS
Palavras-chave:
indígena, etnoconhecimento, ações afirmativas, pós-graduação, UFAMResumo
Muitos indígenas têm ingressado nos cursos de graduação para buscar benefícios para
seu povo e alguns deles, posteriormente, ingressam em programas de pós-graduação
(PPG). Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi compreender o ponto de vista dos
estudantes indígenas de pós-graduação da UFAM a respeito dos PPGs, das teorias
acadêmicas aprendidas e dos incentivos institucionais dessa universidade. Foi feita
pesquisa qualitativa, com uso de entrevista com perguntas abertas e fechadas com 4 dos
15 estudantes indígenas levantados nos 40 PPGs (5 tinham estudantes indígenas, 29 não
tinham, 6 não informaram ou não tinham nenhum dado), transcritas e analisadas por
análise de conteúdo. Os resultados revelam: motivação para cursar um PPG; escolha do
PPG em específico; dificuldades encontradas no acesso ao PPG; opinião da entrada de
alunos indígenas nos PPGs; opinião das teorias acadêmicas apreendidas nos PPGs;
interação das teorias acadêmicas com conhecimentos indígenas; utilidade de ter cursado
um PPG; utilidade dos conhecimentos aprendidos nos PPGs; incentivo para
permanência nos PPGs; preparo da UFAM para receber indígenas. Concluímos que: a
UFAM não possui dados sistemáticos sobre alunos indígenas; a escolha pelo nível
superior relaciona-se a benefícios às etnias; há desvalorização da ciência indígena pela
ciência ocidental; o conhecimento acadêmico ajuda a compreender mais afundo o
pensamento não indígena e o próprio conhecimento indígena; apesar de haver políticas
afirmativas, estas ainda não se traduziram em ações palpáveis de valorização da pessoa
indígena na UFAM