Rompendo o ciclo de Violência e Trauma:

como a autoconsciência media o Impacto Cognitivo do Bullying

Autores

Palavras-chave:

Bullying, Programas de intervenção, Processos cognitivos, Autoconsciência, Psicologia Cognitiva

Resumo

Bullying, uma brincadeira de criança? Não! Quem já ouviu a frase: “Na minha época já existia isso e não fiquei traumatizado...”? Apesar de já ter sido visto como algo comum, que deveria fazer parte do desenvolvimento do indivíduo ou como algo que não provocaria marcas psicológicas, atualmente traz comportamentos que podem envolver agressão física, verbal ou social, repetida e intencional, dirigida a uma pessoa ou grupo que se encontra em uma posição de vulnerabilidade e que por essas razões, também passou a ser considerado crime. Mas, penalizar pessoas que praticam este ato, mesmo que sejam crianças, seria o melhor caminho? Pesquisas científicas apontam que as vítimas de bullying muitas vezes desenvolvem efeitos psicológicos negativos que podem perdurar por toda uma vida ou até mesmo se relacionar com o desenvolvimento de quadros psicopatológicos como depressão, transtornos de ansiedade, baixa autoestima e até mesmo dificuldades de aprendizagem. O referido artigo faz uma revisão bibliográfica, com o objetivo de mapear alguns processos cognitivos que estão relacionados ao bullying, refletindo, em especial, como a autoconsciência pode mediar e influenciar diretamente a forma como a pessoa percebe e lida com esta realidade. Ao longo deste trabalho serão apresentadas perspectivas teóricas acerca do tema, reflexões sobre alguns programas de intervenção, estratégias antibullying e de que forma alguns elementos que envolvem a autoconsciência, como o autoconceito, automonitoramento, autocontrole, autoregulação, os padrões de ética e moralidade estão envolvidos neste processo. Os resultados apontam que a forma como a pessoa percebe, sente e se comporta frente ao bullying pode estar associada a prejuízos no autofoco e algumas dimensões da autoconsciência, como por exemplo, a ruminação, assim como, níveis maiores de autoconceito e autoestima podem ser elementos protetivos no enfrentamento do bullying. Por fim, espera-se que esta discussão crítica promova reflexões que venham a auxiliar na construção de novos programas de intervenção que envolvam aspectos cognitivos, em especial, a autoconsciência, para, se não erradicar o bullying, ao menos minimizar seu impacto desenvolvimental sobre envolvidos, tanto vítimas quanto infratores.

 

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Biografia do Autor

Wilzacler Rosa e Silva Pinheiro, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

 

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Cognitiva – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Membro do LACCOS E-mail: wil_psicologia@hotmail.com  https://orcid.org/0000-0002-3861-1582  

Alexsandro Medeiros do Nascimento, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

 

Doutor, Departamento de Psicologia – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – Coordenador do Laboratório de Estudos de Autoconsciência, Consciência, Cognição de Alta Ordem e Self (LACCOS). E-mail: alexsandro.mnascimento@ufpe.br  https://orcid.org/0000-0002-9981-8384

Antonio Roazzi, Federal University of Pernambuco (UFPE)

Antonio Roazzi

D.Phil Oxford, Department of Psychology – Federal University of Pernambuco (UFPE) E-mail: roazzi@gmail.com http://lattes.cnpq.br/6108730498633062

https://www.researchgate.net/profile/Antonio-Roazzi-2 https://orcid.org/0000-0001-6411-2763

 

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Publicado

2025-01-02