UMA LEITURA DOS MANGÁS SHOWA E MARCHA PARA A MORTE

ENTRE MEMÓRIA E HISTÓRIA

Resumo

Os mangás já fazem parte do cotidiano das pessoas ao redor do mundo a algumas décadas. Todavia, é a partir das últimas duas décadas que uma maior quantidade de pesquisas em torno deles vem sendo realizadas no âmbito acadêmico. Dessa forma, o presente trabalho ganha forma através da análise histórico-mnemônica dos quatro volumes do mangá Showa e do mangá Marcha para a morte, todos de autoria de Shigeru Mizuki, sobrevivente da Segunda-Guerra Mundial que se tornou mangaká. A intenção dessa análise é, primordialmente, pensar a memória dos eventos traumáticos da Segunda Guerra Mundial a partir dos mangás desse sujeito que está ligado diretamente ao evento. Portanto, partiremos analisando os mangás tanto como objeto de memória e história, quanto como objeto cultural-mercadológico, considerando que os mesmos só vão ganhar espaço em determinados lugares a partir de uma série de contextos postos por outras questões previamente. Assim, as narrativas de Mizuki caminham de modo a reforçar a necessidade do distanciamento da beligerância não somente por parte dos japoneses, mas dos leitores como um todo, que têm o poder para evitar que atos de barbárie ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial se repitam.